Internacional sub-18 por Portugal e ponta do Belenenses Rugby.

O Linha de Ensaio teve o prazer de conversar com Xavier Madureira.

Com que idade começaste a jogar rugby? Como surgiu essa oportunidade?

Comecei a jogar com 7 anos. Eu fazia natação mas chegou uma altura em que já não estava a gostar e perguntei aos meus pais se podia ir jogar futebol. Eles disseram que era um ambiente muito competitivo e pouco saudável. Entretanto, eu tinha um primo que jogava rugby, também no Belenenses, e ele acabou por me convencer a ir treinar, eu gostei e acabei por ficar.

Já sabias dos clubes que haviam na tua região, como foi esse processo? Na altura em que comecei a jogar, não havia muita gente que eu conhecesse a praticar rugby. Surpreendentemente, tinha um colega de turma que também jogava no Belenenses mas mais ninguém. Por acaso, acho que desde que comecei a jogar (2009) até agora, o rugby ganhou muito mais popularidade em Portugal e há muito mais pessoas a jogar.

Gostavas de ser jogador profissional?

Sim, gostava, essa era a situação ideal. No entanto, sei que sei que não é fácil mas também não me importava de conciliar uma carreira profissional em Ciências do Desporto que é a área que gostava de estudar com uma carreira no rugby.

Como vês o estado do rugby em Portugal? O que gostavas que mudasse/melhorasse?

É complicado não evitar comparações com aquele que é considerado o desporto-rei em Portugal que é o futebol e a realidade é que ainda estamos muito atrás, especialmente a nível de instalações e popularidade. Muitas vezes quando treinava com a seleção nacional, as instalações eram boas (Estádio Nacional) mas não tinham comparação com a Cidade do Futebol, por exemplo. A nível de programas de recuperação, piscinas para tratamento frio, não tínhamos nada disso.

Era a mesma situação a nível de clube?

A nível de clube tínhamos todo o material de treino que precisávamos, havia sempre transporte para os jogos fora e nunca tínhamos que nos preocupar com despesas nem nada disso.

O que gostavas que mudasse ou melhorasse?

É uma pena que os clubes universitários não sejam ao mesmo nível dos clubes. Acho que se houvesse essa evolução, iria ajudar bastante os clubes portugueses e, consequentemente, o rugby nacional.

Como é a tua semana a nível de rugby? Quantos treinos de campo/full contact/ análise/ ginásio? 

Treinamos 3 vezes por semana, a Segunda, Terça e Quinta. Na Segunda-feira era treino de recuperação, treino técnico e análise do jogo do fim de semana. Terça-feira era treino de contacto e de defesa colectiva e eram os treinos em que cansava mais porque também havia a parte de treino físico. Na Quinta-feira era um treino mais leve, mais técnico, onde treinávamos skills individuais, por exemplo. Além disso, fazia ainda ginásio três vezes por semana com um plano de treino fornecido pelo clube.

Tens tido muitas lesões? 

Sim, algumas. As mais marcantes foram roturas musculares na coxa, subluxação no ombro, um dedo partido. Felizmente, nada de mais grave.

Que evolução tens visto nos últimos anos no rugby nacional?

Penso que a popularidade do desporto aumentou bastante nos últimos anos e por consequência, acho que há mais pessoas a ver rugby. Muita gente me diz que, apesar de não saberem as regras todas, que quando está a dar na tel que ficam a ver e que acham um desporto muito interessante.

Ponto mais alto da tua carreira até agora?

A minha internacionalização por Portugal contra a Espanha.