World Cup Qualifiers – 7s Masculino
Portugal participou no Campeonato do Mundo de 7s na África do Sul.
Artigo escrito por: Nuno Madeira do O e Ricardo C.
Sexta-feira, 9 de Setembro
Foi sob os céus azuis claros da Cidade do Cabo, na África do Sul que Portugal iniciou a sua participação no Campeonato do Mundo de 7s.
O Campeonato do Mundo de 7s tinha três sub-competições: Bowl, Challenge e Championship. A pré-Ronda de 16 (onde estão inseridas as equipas com menos coeficiente) determinava quem iria jogar o Bowl (derrotados) e quem avançaria para a Ronda de 16. Aqui, os vencedores iriam disputar o Championship (de onde sairia o Campeão do Mundo), enqunto que os derrotados iriam disputar o Challenge.
O primeiro jogo (tanto dos comandados de Frederico Sousa, como de todo o torneio) opôs Portugal à selecção da Irlanda (pre-Ronda de 16), um adversário de respeito que tinha terminado a última edição do Campeonato do Mundo (2018) no sexto lugar a World Rugby Sevens Series (2022) na quarta posição.
Portugal entrou no jogo a mandar e tentar reter a oval o mais possível. Os primeiros dois minutos foram de ataque para a selecção nacional mas, com 5 minutos no marcador, a equipa irlandesa recuperou a oval e, ao pontapé, descobriu espaço nas costas da linha Portuguesa e marcou entre os postes (0-7). Repetindo a estratégia que deu origem ao primeiro ensaio, desta feita na ala direita do ataque, a Irlanda voltou a colocar a bola nas costas da linha defensiva de Portugal e voltou a marcar um ensaio. Desta feita, a conversão foi falhada e o marcador avançava para 0-12.
Com 1 minuto para jogar na primeira parte, Nuno Sousa Guedes ganhou bastante território, tirando vários adversários do caminho antes de entregar a Vasco Ribeiro. No entanto, o ataque luso fez um knock-on e as equipas foram para o intervalo sem mais alterações no marcador.
A segunda parte começou com Portugal no ataque mas foi a Irlanda que voltou a marcar: penalidade ganha no chão e marcada muito rapidamente, bola passada para a ala direita e ensaio marcado sem oposição (0-17).
No último minuto da partida, e numa altura em que a Irlanda tinha visto um cartão amarelo, Portugal tentava colocar pontos no marcador mas foi a equipa adversária que marcou novamente e sentenciou a partida. 24-0, a Irlanda progredia para a Ronda de 16 e Portugal passava para a Bowl onde iria enfrentar a Alemanha no segundo dia de competição.
Sábado, 10 de Setembro
Portugal voltou a abrir o dia de jogos no deslumbrante Cape Town Stadium, no Green Point na Cidade do Cabo. Desta feita estava marcado o encontro com a Alemanha na primeira partida dos quartos-de-final da Bowl, o terceiro troféu do torneio do campeonato do mundo.
A partida arrancou às 08:15 locais, praticamente ainda sem público mas na expectativa de um grande dia de rugby. A Alemanha tinha perdido no dia anterior contra o Chile, numa reviravolta que colocou os sul-americanos na rota da poderosa África do Sul.
Portugal começou bem com posse de bola na sua metade do campo e ao passar o primeiro minuto, depois de um um desiqulíbrio de Sousa Guedes, marcou no canto por intermédio de Diogo Rodrigues. A conversão colocou o marcador em 7-0.
Na saída Portugal recupera a bola e continua a pressão. Com grande rugby á mão, e a jogar temporariamente com mais um jogador, voltou a marcar por José Santos. Ensaio convertido. 14-0 para os lusos.
Na saída, Fábio Conceição faz penalidadde e vê o cartão amarelo. Os Germânicos, agora com mais um jogador, marcaram com menos de um minuto para jogar na primeira parte. 14-7 para Portugal ao Intervalo, fruto de um início arrasador.
A segunda parte retomou com a Alemanha a jogar na sua metade. Portugal resistiu bem no primeiro minuto mas os Alemães finalmente conseguiram posse de bola na metade portuguesa. Depois de conquistar terreno, fase após fase com granda intensidade, a Alemanha igualou o marcador a 14 por Fabien Hempel com cinco minutos para jogar.
Ao retomar a partida, Portugal ganha a bola nos seus 22 metros mas acabou por vir a perder a oval, depois de uma intercepção que resultou em novo ensaio entre os postes. Sousa Guedes sobre pressão ofereceu a bola para a primeira vantagem dos Alemães no marcador.
A equipa das quinas insistiu e subiu muitos metros através de várias fases à mão, ainda assim inconsequente. Algo especial seria necessário mas os portugueses perderiam a bola num erro à mão, sem conseguir retornar à zona mais avançada do campo. Na reposição através de uma mele os germânicos colocaram a bola fora e a partida terminaria. Grande reviravolta da equipa bárbara, com os lusos a não criarem perigo na segunda metade do jogo.
Portugal v Jamaica
O objectivo deste jogo era evitar disputar o último lugar do Campeonato do Mundo e no caminho de Portugal encontrava-se a Jamaica que tinha perdido nessa manhã contra a Tonga.
O jogo começou com a Jamaica a atacar e, depois de um scrum e algumas fases e jogo, conseguiram marcar o primeiro ensaio da partida, colocando o marcador em 0-7 com 5:30mins para jogar.
Portugal parecia um pouco nervoso e cometia alguns erros de ball handling mas, com 4 minutos para jogar, Paiva dos Santos ganhou bastante terreno antes de entregar em Fábio Conceição que marcou o primeiro ensaio luso da partida (7-7). Quando faltavam 2:30mins para jogar, a Jamaica viu um cartão amarelo e Portugal acelerou ainda mais o jogo, em busca de mais pontos. Após um penalty marcado muito rapidamente, a dupla Paiva dos Santos-Fábio Conceição voltou a estar em foco, com o primeiro a passar para o bis do segundo. Ao intervalo, Portugal liderava por 12-7.
A segunda parte foi passada dentro dos 22 Jamaicanos mas Portugal não conseguia materializar o domínio que tinha no jogo. Foi preciso esperar até aos 5 minutos da segunda parte para que Portugal marcasse mais um ensaio: Duarte Moreira recuperou a oval após um mau passe do ataque Jamaicano e marcou entre os postes (19-7).
Portugal recuperou a posse imediatamente após o pontapé de saída, progrediu rapidamente pela ala direita e Vasco Ribeiro marcou o quarto ensaio lusitano. Ainda antes do final da partida, uma boa jogada do ataque Português, com a oval a passar pelas mãos de Duarte Moreira e Nuno Sousa Guedes, permitiu a Vasco Ribeiro marcar o segundo ensaio da tarde e establecer o resultado final de 31-7.
Domingo, 11 de Setembro
No último dia da competição, Portugal enfrentou a Coreia do Sul, no jogo de atribuição do 21º e 22º lugar. Estas duas selecções nunca se haviam defrontado previamente e a equipa asiática após uma derrota contra o Uganda e uma vitória contra o Zimbabwe.
O jogo foi bastante equilibrado com um ligeiro ascendente por parte da selecção Coreana. Dois ensaios na primeira parte contra um de Portugal, levava as equipas para o balneário com o marcador em 5-12 a favor da Coreia do Sul.
Na segunda parte, Portugal tentou reagir e marcou o ensaio necessário para empatar a partida. No entanto, outra conversão falhada fez com que não fosse suficiente para Portugal empatar a partida e tentar a vitória.
Portugal terminou, assim, o Campeonato do Mundo no 22º lugar. O Linha de Ensaio falou com o capitão de equipa Rodrigo Freudenthal sobre a partipação da equipa Portuguesa:
Que balanço faz desta participação no Campeonato do Mundo?
Acabámos em 22º e náo ficamos satisfeitos pois sentimos que podiamos ter feito mais. Ainda assim, conseguimos subir no ranking. Ficou um amargo de boca, especialmente pelo jogo contra a Coreia que deviamos ter ganho mas temos q certeza que este torneio vai ser uma alavanca para os próximos jogos.
O jogo que mais “marca” este torneio foi contra a Alemanha. Portugal estava em vantagem e acabou por a deixar escapar. Que faltou para conseguir a vitória?
Faltou um bocadinho de paciência, experiência para saber controlar o jogo e um pouco de ambição. Entrámos bem no jogo e deixamo-nos ir abaixo de uma maneira muito fácil, o que levou à derrota. Vimos um cartão amarelo, tivemos a intercepção mas isso sao momentos que fazem parte do jogo e cabe-nos a nos conseguir dar a volta a essas situações.
Portugal tem uma equipa bastante jovem com bastante margem de progressão. O que podemos esperar desta equipa?
Relativamente ao futuro, sem dúvida que ha muito potencial nesta selecção. Somos muito jovens (devemos ter uma media de 23 ou 24 anos). No entanto, tem que haver investimento (que tem que partir de cima) que demonstre que acreditam nesta equipa para que possamos fazer melhor no futuro.