Jogadora do Sport Lisboa e Benfica
O Linha de Ensaio teve o prazer de conversar com Sofia Nobre.
Nome: Sofia Osório Nobre Ferreira Goes
Idade: 51 anos
Posição: Muitas, mas ultimamente segunda-linha
Clube: Sport Lisboa e Benfica
Internacionalizações: 1 (Rugby 7s)
Títulos: Muitos, mas já passaram. O importante é sempre o próximo, e manter o desafio vivo.
Quick round:
Clube preferido?
Sport Lisboa e Benfica
Seleção que mais gosta . ver jogar?
Nova Zelândia
Jogadores preferidos (Português e estrangeiro)?
Carlos Nobre (o meu pai) e a Matilde Goes (a minha filha)
No estrangeiro é muito dificil escolher mas Antoine Dupont (França),Michael Hooper (Austrália), Charlotte Caslick (Austrália) e Poppy Cleal (Inglaterra).
Se pudesses jogar em qualquer posição, qual escolheria? Confesso que já devo ter jogado em todas, menos a pilar (por motivos de peso), então escolhia a de maior adrenalina. Todas têm o seu encanto! Na altura da convocatória, é preciso é jogar, não consigo mesmo dizer qual, eu gosto sempre
Momentos mais altos da carreira?
Em Portugal: A primeira vez que nos sagrámos campeãs pelo Benfica
No estrangeiro: Uma final no torneio internacional, Flandres Open Rugby, com dez mil pessoas e puxarem pela equipa pequenina de Portugal e que ganhámos. Impossivel esquecer.
Beach Rugby: Final contra umas Francesas, no Beach Rugby da Figueira da Foz em 2014.
Com que idade começou a jogar rugby?
CJogo rugby federado desde 2000, mas desde que nasci que jogo com a bola. Antes de 2000 fiz vários jogos pontuais, porque na altura não havia uma competição regular.
Como é que surgiu essa oportunidade?
Sempre sonhei em ser jogadora de rugby, mas foram os torneios de Beach Rugby que deram o incremento ao rugby feminino de se lançar, e jogarmos na praia deu visibilidade e chamou mais jogadoras. No ano de 2000 o então Presidente da FPR, Eng. Pedro Ribeiro, desafiou-me para lançar o rugby feminino em Portugal e, felizmente, desde aí nunca mais parou de crescer.
Quais são os maiores desafios que encontrou ao praticar rugby em Portugal?
O compromisso das atletas em treinarem regularmente e, de jogarem mais anos nas equipas séniores, pois só com muito treino se consegue alcançar objetivos e o merecido reconhecimento como atletas da modalidade.
Qual o estado do rugby feminino em Portugal? Quais os maiores desafios?
ÉNeste momento penso que demos um grande passo em ter uma competição de XV como prova de regularidade. O maior desafio é sem duvida trazer mais atletas para a modalidade..
A situação é muito diferente em relação ao rugby masculino?
Muito, nem vale a pena comparar.
Como foi a evolução do rugby feminino nos últimos anos?
O rugby feminino cresceu bastante e, até 2015 tínhamos uma competição de 13 regular, com CN, Taça de Portugal e 7s no final da época.
Em 2015, os 7s surgiram como modalidade Olímpica e, nessa altura, fez-se uma aposta só nesta variante, deixando de haver rugby de 13. Nesta altura, muitas atletas deixaram de jogar e penso que foi um período mais complicado de manter as atletas motivadas e em competição. Jogar a época toda torneios de 7s; foi mesmo difícil. Agora com a competição nacional de XV, as coisas estaão muito melhores.
l.
Alguma vez sentiu julgada por praticar um desporto que está historicamente associado a homens?
O meu pai sempre me disse, ou se gosta de rugby ou não, homens, mulheres, crianças é preciso é que joguem. A minha paixão pelo jogo e pela modalidade é tanta que confesso que nunca me senti julgada, tenho pena é de quem julga. Tenho a sorte de ter um marido que me apoia e que adora rugby, melhor era impossível!
O que gostava que mudasse/melhorasse no rugby português?
As condições de treino, nas equipas com mais dificuldades. Há tanto a melhorar, mas gostava que o rugby feminino fosse mais respeitado.
Como é a sua semana a nível de rugby? Como é a infraestrutura de apoio no clube?
Eu treino três vezes por semana no campo e faço ginásio 1 ou 2 vezes por semana., conforme o meu tempo e a agenda de jogos. Nós, felizmente, no Benfica temos bons apoios e, ultimamente, cada vez temos tido mais.
Que evolução tem visto nos últimos anos no rugby nacional? Acha que o rugby é um desporto acessível?
As principais mudanças que tenho visto estão relacionadas com a qualidade individual das jogadoras e a velocidade do jogo, houve uma grande evolução.
Sem dúvida que sim, o rugby tem lugar para todos. Dependendo das características físicas de cada um, há sempre uma posição em campo para quem quiser jogar.
É fácil de acompanhar e estar a par de notícias? Como vê a cobertura dos media em relação ao rugby?
Hoje em dia, com as redes sociais, tudo é fácil e acessível, é só querer estar informado. Conforme a importância da notícia, infelizmente muitas vezes são mais rápidos pelos piores motivos do que pelos melhores. Os excelentes resultados que rugby português tem tido nos últimos tempos merecem maior destaque.
Existe alguma área que gostaria que o Linha de Ensaio cobrisse, mas que ainda não está disponível?
Gostava que fossem vocês a surpreenderem-me!!!