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Portugal v Quénia
Torneio de Qualificação

Os Lobos somaram a segunda vitória em outros tantos desafios no Torneio Final de Qualificação para o Campeonato do Mundo de Rugby de 2023 e estão a um jogo de voltarem a fazer história.

Artigo escrito por: Rui Neto Fernandes

O melhor: Vitória sem margem para dúvidas da seleção portuguesa que não deu qualquer hipótese à sua congénere africana de discutir sequer o resultado. O resultado avolumado permitiu aos Lobos assumir o primeiro lugar no torneio, o que poderá ser muito importante em caso de empate no último e decisivo jogo.

O menos bom: A eternamente discutida questão da disciplina na equipa portuguesa. Os jogadores lusitanos estiveram melhor neste campo comparativamente ao primeiro jogo frente a Hong Kong, mas continuam a existir muitas faltas desnecessárias, fruto de alguma precipitação. No último jogo contra os EUA, a moderação da equipa portuguesa neste ponto pode vir a fazer a diferença.

Melhor em campo: Num jogo tão desnivelado foram vários os jogadores que se evidenciaram: Steevy Cerqueira (considerado MVP do jogo pela World Rugby), Mike Tadjer (imperial no comando do pack português e autor de 2 ensaios), José Madeira ou Tomás Appleton. No entanto, o destaque da Linha de Ensaio vai para Samuel Marques. O veterano médio de formação luso soube pautar o jogo, imprimindo a velocidade certa nos momentos certos e sobretudo criando sempre muita pressão nas linhas quenianas. Para além disso converteu 6 das 8 tentativas aos postes, mostrando muita segurança neste aspeto. Todos esperamos que mantenha esta consistência uma vez que a eficácia aos postes pode ser relevante na decisão do apuramento.

Crédito: World Rugby

A seleção portuguesa derrotou o Quénia por contundentes 85-0 e subiu assim ao primeiro lugar do Torneio Final de Qualificação para o Campeonato do Mundo de Rugby de 2023. O selecionador Patrice Lagisquet fez oito alterações no quinze inicial relativamente à equipa titular frente a Hong Kong, numa aparente contenção de esforço de alguns elementos tendo em vista o próximo embate contra os EUA.

Para além da saída do lesionado David Wallis, que sofreu uma fratura do maxilar no jogo anterior e regressou a Lisboa, houve alteração nos dois pilares com a entrada de David Costa e António Prim no quinze inicial. José Rebelo de Andrade entrou para 2ª linha, com Nicolas Martins e Thibault de Freitas a começarem também de início. Nos ¾’s mudança nos dois pontas (Manuel Cardoso Pinto e Vincent Pinto foram titulares) e no defesa com a entrada de Simão Bento.

Apesar de todas as alterações, Portugal começou o jogo dominante a mostrar que veio ao Dubai com sérias pretensões a estar em França no próximo ano. Logo no primeiro minuto Mike Tadjer faturou o primeiro ensaio após uma jogada em maul, e aos 6 minutos, numa jogada semelhante, a equipa Portuguesa colocou o resultado em 12-0.

Os Lobos apresentavam-se em campo com uma defesa bem subida, a pressionar constantemente os jogadores quenianos que foram sistematicamente impedidos de explorar uma das suas principais armas, a velocidade da linha de ¾’s.

Aos 15 minutos, e na jogada imediatamente a seguir a um ensaio alcançado pelo Quénia que foi (bem) revertido pelo vídeo-árbitro, Manuel Cardoso Pinto rasgou completamente a defesa do Quénia e fez o terceiro ensaio para Portugal.

Portugal jogava solto com uma equipa muito bem organizada e muito pressionante pelo que se adivinhava um desnivelamento do resultado cada vez maior. Aos 21 minutos Simão Bento quebrou a linha africana para assistir José Lima para mais 5 pontos. Samuel Marques na sua 4ª conversão da tarde elevou para 28-0.

Crédito: World Rugby

Vincent Pinto foi o marcador do quinto ensaio lusitano numa jogada ensaiada após conquista de alinhamento com a seleção portuguesa a simular a organização de um maul mas a jogar pelo blindside, com o ponta português a aparecer a faturar. Ao intervalo o marcador assinalava 35-0.

A abrir a segunda parte, Brian Juma do Quénia viu o segundo cartão amarelo e correspondente vermelho, deixando a sua seleção reduzida a 14 durante o resto do encontro.  

Aos 43 minutos Mike Tadjer fez o segundo ensaio da conta pessoal novamente numa jogada em maul e 3 minutos depois Vincent Pinto bisou também, finalizando uma jogada que o próprio tinha iniciado com uma excelente quebra de linha.

Tomás Appleton marcou o oitavo ensaio dos Lobos após um turn-over conseguido por Nicolas Martins, com o então entrado Raffaele Storti a quebrar a linha de vantagem e a assistir o capitão lusitano. Aos 51 minutos, Cardoso Pinto voltou a abrir o livro com uma das suas arrancadas e permitiu a José Rebelo de Andrade marcar mais um ensaio.

Até ao final do jogo Portugal manteve o seu jogo rápido, mas sobretudo sempre organizado na defesa e conseguiu ainda mais 3 ensaios: aos 60 minutos por Tomás Appleton, aos 72 por João Belo e finalmente aos 77 minutos por Lionel Campergue. Os Lobos beneficiaram também de um ensaio de penalidade terminando o jogo com o resultado 85-0.

Na próxima sexta-feira dia 18, às 15:30 hora portuguesa, a comunidade do rugby em Portugal vai parar para assistir ao jogo que pode dar aos Lobos a última vaga no Mundial de França do próximo ano. A julgar pelo modo que a seleção nacional encarou os 2 primeiros jogos deste torneio final, a presença de Portugal no Mundial é mais do que merecida.

Portugal v Estados Unidos
Torneio de Qualificação