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Portugal v Hong Kong
Torneio de Qualificação

Portugal venceu o primeiro jogo do torneio de qualificação para o Campeonato do Mundo.

Artigo escrito por: Ricardo C.

O melhor: A vitória esclarecedora por 28 pontos de diferença e com um ponto bónus importantíssimo para as contas finais. Ganhar é o que mais importa para estar em França no próximo ano.

O menos bom: Para além do início tremido, Portugal demonstrou debilidades no set piece não conseguindo superiorizar-se claramente em nenhuma das fases do jogo táctico, sofrendo mesmo dois ensaios a partir de mauls dinâmicos. Os seleccionadores portugueses terão de melhorar esta parte do jogo que pode vir a ser fulcral num combate equiibrado, como esperado, contra os Estados Unidos da América.

Melhor em campo: Toda a linha recuada portuguesa merece uma distinção nesta partida. No entanto, Raffaele Storti marcou dois ensaios, ficando em destaque por entre uma exibição inspiracional de todos os creativos portugueses.

Crédito: World Rugby

Fim de tarde em Dubai, no icónico estádio que recebe o Dubai Sevens anualmente em início de Dezembro. A partida entre Portugal e Hong Kong foi precedida pelo embate entre os EUA e o Quénia em que os Águias (EUA) venceram por 68-14.

O jogo começou  lento para Portugal com os Lobos a sofrerem um ensaio aos 7 minutos.

Hong Kong, por intermédio de Alexander Post, conseguiu abrir o marcador cedo através de um maul dinâmico formado a partir de um alinhamento nos 10 metros. O ensaio seria convertido pelo médio abertura Gregor McNeish.

Na tentativa de pressionar e recuperar no marcador, Portugal perderia pouco depois uma penalidade aos 12 minutos por Samuel Marques. Portugal passava todo o tempo no meio campo de Hong Kong com Storti a aparecer em várias posições do campo a criar desiquilíbrios na linha defensiva oponente. Depois de várias fases, acabou por ser o gigante José Madeira a quebrar a linha para um sprint diagonal a terminar com o ensaio junto da linha dos 5 metros na ponta. Samuel Marques não derpediçou e Portugal terminava por empatar a partida aos 16 minutos.

No pontapé de partida, Hong Kong conseguiu segurar Portugal nos seus 22, ganhando uma melée nos 20 metros descaídos para a esquerda dos postes. Na saída do scrum Portugal conseguiu ganhar a penalidade no chão. Samuel Marques recomeçou rapidamente e, ao receber a bola junto à linha, pontapeou para os 22 metros de Hong Kong. Seria então a altura dos Lobos voltarem a colocar pressão na defesiva asática.

Crédito: World Rugby

Na continuação do domínio territorial português, na sequência de um alinhamento a meio campo, o capitão Luso Tomás Appleton encontra espaço na linha defensiva e combina com Storti, para mais um ensaio português junto aos postes. Conversão fácil para Samuel Marques.

30 minutos passados na partida e Portugal liderava 21-7. A emissão televisiva mostrava o seleccionador português Patrice Laguisquet focado, mas com motivos para sorrir.

Hong Kong voltou a tentar incomodar os Lobos. Beneficiando de nova penalidade, conseguiu disputar um alinhamento a 10 metros da linha de ensaio. Portugal continuava a cometer algumas penalidades na defesa, o que valeu um aviso ao capitão Tomás Appleton. Um cartão amarelo poderia reverter a ascendência portuguesa. Novo alinhamento, agora a cerca de 7 metros, volta a resultar em penalidade contra Portugal. João Granate, resultado de um fora de jogo, viria o amarelo e teria de assistir à partida nos próximos 10 minutos fora de campo. Este era um momento de perigo para os Lusos num momento chave do jogo, a cinco minutos do descanso.

Hong Kong carregou através de melées, durante vários minutos mas não conseguiu colocar mais pontos no marcador, perdendo a bola a bola para a frente. O relvado do estádio, que já tinha recebido a primeira partida do dia, começava a ficar visivelmente marcado sobretudo nas zonas de disputa de melés.

Concluída a primeira parte, fica registada uma grande exibição dos Lobos, depois de um início de partida tremido.

Na segunda parte o jogo começou partido nos primeiros dois minutos sem alterações no marcador. Mas assim que a bola voltou às mãos da linha recuada portuguesa, a criatividade dos Lobos resultou em novo ensaio desta vez por intermédio de Rodrigo Marta. Samuel Marques voltou a converter, atingindo a marca de 80% de eficácia até então.

Portugal continuou a segurar bem o jogo e atacar com fantásticas quebras de linha, mas a não conseguir facturar através de set-piece – particularmente a partir de mauls dinâmicos em sequência de alinhamentos nos metros finais do campo.

Crédito: World Rugby

Aos 50 minutos Guedes quebra novamente a linha e isola Storti para o seu segundo ensaio da tarde-noite no Dubai. Nova conversão fácil para Samuel Marques. Portugal aumentava a vantagem para 35-7.

Com o jogo resolvido, tratava-se de capitalizar oportunidades para ganhar mais pontos na tabela classificativa assim como gerir jogadores fulcrais para as duas próximas jornadas do torneio de apuramento.

Portugal voltava a encontrar espaço na ponta e a marcar novamente, agora por José Lima. Nova combinação de Rodrigo Marta na linha e José Lima no centro. Fantástico trabalho dos Lobos a aumentar a vantagem. Sexto ensaio, sexta conversão para Marques. Portugal liderava 42-7.

Hong Kong voltou a tentar atacar mas sem conseguir entrar nos 22 de Portugal com perigo. Portugal via-se já num momento de pura gestão do jogo com ainda mais de 20 minutos para jogar. Talvez fruto de alguma desatenção, Hong Kong viria mesmo a marcar um segundo ensaio convertido passados os 60 minutos de jogo. O ensaio foi marcado for Jack Neville e convertido por Gregor McNeish.

Mas a partida ainda teria mais história. Já com grande parte dos jogadores suplentes em campo, Portugal voltaria a tentar marcar novamente através de maul dinâmico, sem sucesso. No entanto depois de abrir espaço na ponta, Thibault de Freitas falha de forma invulgar um ensaio completamente oferecido. Na insistência, Portugal volta a não ter sucesso através de maul dinâmico mas continua instalado entre os 10 e os 20 metros da linha de ensaio.

Crédito: World Rugby

Aos 75 minutos, Hong Kong finalmente consegue entrar novamente no meio campo português, à procura de mais pontos. Sem grande alteração no marcador, a preocupação do lado dos Lobos resultou durante uma revisão do vídeo árbitro de uma placagem de Appleton potencialmente involvendo contacto com a cabeça.

De acordo com as regras impostas pela World Rugby, a penalização do capitão poderia ir até o cartão vermelho directo o que significaria a exclusão de Appleton dos seleccionáveis para as próximas duas jornadas. A apreciação do juíz da partida demorou largos minutos, e após várias revisões de diferente câmeras, felizmente para os portugueses, o juízo não resultou em nenhum castigo maior – nem mesmo em penalidade.

Os últimos cinco minutos da partida foram marcados por algumas tentativas da equipa asiática para voltar a marcar, mas ainda que por largos momentos perto da linha de ensaio, terminariam por cometer erros em momentos chave, invalidando a conclusão das sequências de ataque.

Portugal termina a primeira partida do torneio de qualificação para o França 2023, como precisava. Uma esclarecedora vitória e um ponto bónus. Mas, nem tudo são rosas. O Linha de Ensaio denotou algum trabalho de casa para Os Lobos e Patrice Lagisquet. Vamos Portugal!    

Crédito: World Rugby
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