Os Lobos venceram a Espanha (27-10) e vão jogar a final do Rugby Europe Championship 2023.
Artigo escrito por: Rui Neto Fernandes
O melhor: A exibição portuguesa da 2ª parte, com controlo total do jogo, reviravolta no marcador e 20 minutos finais demolidores que garantiram a vitória.
O menos bom: Primeira parte com muitos erros por parte dos Lobos – 5 penalidades concedidas, 7 alinhamentos não conquistados, falhas na formação ordenada (sobretudo em comparação com o excelente jogo frente à Roménia) – que custaram pontos e levaram o jogo para intervalo com Portugal em desvantagem no marcador.
Melhor em campo: Samuel Marques. Boa exibição do médio de formação português, sempre muito ativo como habitual e decisivo quando foi necessário impor velocidade para a recuperação no marcador. Foi o melhor marcador dos Lobos, com 1 ensaio marcado, 3 conversões e 2 penalidades.
Quinze dias após a vitória frente à Roménia a seleção portuguesa voltou ao Estádio do Restelo para disputar a meia-final do Rugby Europe Championship frente à Espanha.
Patrice Lagisquet não pôde contar com o lesionado Jerónimo Portela e viu os clubes franceses não libertarem jogadores importantes como Mike Tadjer, Steevy Cerqueira, José Lima ou Nicolas Martins (este último em destaque nos jogos da fase de grupos pela capacidade de placagem, com 45 efetuadas e nenhuma tentativa falhada).
Portugal entrou mal no jogo, a cometer muitos erros com especial desacerto na conquista do alinhamento sempre bem disputado pelo segunda-linha espanhol Joshua Peters.
Aos 3 minutos a seleção espanhola adiantou-se no marcador através de um pontapé de penalidade convertido por Gonzalo Vinuesa e aos 15 minutos, numa jogada em que os Lobos falharam na cobertura defensiva, Espanha chegou à área de validação portuguesa, mas o ensaio foi anulado pelo árbitro Thomas Charabas por claro avant no último passe espanhol.
Adivinhava-se, no entanto, o ensaio espanhol que acabou mesmo por chegar aos 18 minutos, marcado por Joshua Peters após várias jogadas de pick and go.
Com o marcador em 0-10, os Lobos esboçaram alguma reação e aos 29 minutos Storti iniciou uma jogada no corredor fechado à direita, evitou uma placagem e permitiu a desmarcação do capitão Tomás Appleton que com um bom off-load já perto da linha de ensaio serviu Rodrigo Marta para o primeiro ensaio lusitano.
Aos 37 minutos, grande contrariedade para a seleção nacional com Nuno Sousa Guedes a ter de ser substituído por lesão no braço direito com, aparentemente, alguma gravidade. Para o seu lugar entrou Simão Bento, que assinou uma excelente exibição, à semelhança do que tinha acontecido no último jogo frente à Roménia.
Com o resultado ao intervalo em 7 -10, Lagisquet fez entrar para a primeira linha Francisco Fernandes e Duarte Diniz com clara melhoria do jogo português não só nas fases estáticas, mas também no jogo aberto. Os Lobos passaram a dominar o encontro e foi sem surpresa que chagaram ao empate após penalidade marcada por Samuel Marques vindo a passar para a frente do marcador através de nova penalidade convertida pelo médio de formação do Carcasonne.
Os 20 minutos finais do jogo foram avassaladores por parte dos Lobos e embalaram a equipa para a vitória. Aos 68 minutos e após um maul muito bem montado, Duarte Diniz colocou o resultado em 20-10 para Portugal.
3 minutos volvidos, numa boa jogada que envolveu Simão Bento, Vincent Pinto e Raffaele Storti, Samuel Marques fez sair a oval de um ruck muito perto da área de validação e com um dummy enganou a defesa de Espanha marcando ele próprio o 3º ensaio português. Destaque pela negativa para o infortúnio de Raffaele Storti que saiu magoado num cotovelo após esta jogada, com uma lesão que poderá obrigar a paragem prolongada.
O resultado final de 27-10 apura os Lobos para a final de 2023 do Rugby Europe Championship a disputar a 19 de Março em Badajoz, frente à seleção da Geórgia.