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Portugal v Chéquia
Rugby Europe Trophy 2022/23

Rugby Europe Trophy 2022/23

Portugal saiu vitorioso no jogo contra a Chéquia por 51-0, a contar para a terceira jornada da Rugby Europe Trophy 2022/23.

Artigo escrito por: Mariana Honório

O melhor: Portugal continua invicto nesta competição, desta vez com um resultado expressivo onde, novamente, não sofreu pontos (Portugal tem 161 pontos marcados e apenas 5 sofridos nos três jogos disputados até ao momento). As Lobas mostram novamente que merecem deter o primeiro lugar do grupo.

O menos bom: Mesmo que não tenha sofrido pontos, Portugal acabou por cometer algumas faltas desnecessárias, em particular no jogo no chão.

 Melhor em campo: Individualmente, houve bastantes jogadoras que, com investidas e boa leitura de espaço, acabaram por se destacar: Inês Spínola, Leonor Amaral, Isabel Ozório e Daniela Correia nos ¾ concretizaram com ensaios movimentações individuais muito interessantes. No pack avançado, a sintonia das unidades era evidente, tendo jogadoras como Sara Moreira, Laura Pereira e Arlete Gonçalves conseguido ganhar bastantes metros. Marta Magalhães merece também o destaque pela qualidade que trouxe ao jogo, com excelentes movimentações e tomada de decisões sempre que tinha a bola na mão. A melhor em campo, contudo, foi Matilde Goes – com excelentes leituras do jogo, uma velocidade impressionante e excelente posicionamento, a ponta marcou dois ensaios e ganhou bastantes metros sempre que se envolvia no jogo.

Matilde Goes, a melhor em campo para o Linha de Ensaio. Crédito: Luis Cabelo

Portugal recebeu no CAR Jamor a seleção da Chéquia, na terceira jornada do Trophy. Ambas equipas vinham de vitórias, sendo que Portugal mantinha uma tendência de resultados bastantes expressivos, e a Chéquia tinha derrotado a Bélgica por 29-21.

Num jogo com algumas baixas, a destacar a ausência de Mariana Marques (melhor em campo para o Linha de Ensaio no jogo contra a Finlândia), e Mariana Santos, as 23 de João Moura mantiveram a velocidade e o domínio do jogo a que nos foram habituando. Num jogo de confronto físico, as Lobas mostraram novamente a sua qualidade na placagem e em controlar os avanços da Chéquia, que raras vezes conseguiu pisar o relvado da área de vinte e dois da Seleção Portuguesa.

Com um domínio evidente das Lobas, que ocuparam com autoridade o meio campo da Chéquia, os pontos não tardaram a surgir: aos 8 minutos Portugal teve a primeira oportunidade de colocar pontos no marcador, com uma penalidade que Daniela Correia marcou com facilidade.

Num jogo marcado por erros de handling de ambas as partes, a componente física do jogo evidenciou ainda a superioridade do pack avançado português em situações de formação ordenada. Num jogo mais confuso e mais combativo, com oportunidades recorrentes de turnovers e contra-ataque, Portugal tinha vantagem sempre que conseguia colocar a bola nas pontas.

Aos 22 minutos Inês Spínola marca o primeiro de oito ensaios no recomeço do jogo após uma penalidade da Chéquia, que abriu uma passadeira vermelha para a nossa ponta começar a definir o que seria um resultado expressivo. Daí em diante, em rasgos individuais de enorme qualidade, Leonor Amaral adiantou-se no marcador aos 29 minutos com uma simulação de passe que deixou a linha da Chéquia completamente desequilibrada. Aos 34 minutos, Matilde Goes quebra a linha, escapando a duas defesas e dando a volta à ponta da Chéquia e, num offload, encontra Ana Freire que deixa também a sua marca no resultado final com um ensaio praticamente no meio dos postes.

A Chéquia não conseguia dar resposta ofensiva e a primeira parte mostrava que, ainda com alguns erros, Portugal tinha o completo domínio do jogo. Apenas aos 42 minutos de jogo é que a Chéquia tem a sua primeira quebra de linha, numa oportunidade para contrariar a tendência do jogo, que inevitavelmente terminou numa placagem impressionante de Maria João Costa, dando oportunidade ao turnover e ao final da primeira parte.

Maria João Costa em ação. Crédito: Luis Cabelo

A história da segunda parte não foi uma surpresa para ninguém – as Lobas, com boas leituras do espaço, boas inversões e boas reações ao erro adversário, iam construindo o resultado que lhes garantia o primeiro lugar do grupo.

Aos 48 minutos, Isabel Ozório marca o primeiro ensaio da segunda parte, após várias fases em que o pack avançado português trabalhou com intensidade e rigor para fechar a defesa, deixando o espaço disponível para a 10 portuguesa mergulhar para o ensaio. Aos 58 minutos, o ritmo do jogo ficou mais acelerado para ambas equipas, tendo a equipa da Chéquia tido mais oportunidades nestes últimos 20 minutos do jogo para poder pontuar. Aqui, Daniela Correia fechou a porta às investidas da Chéquia com um 50/22 que colocou a Seleção Nacional novamente na sua zona de comforto.

Do banco, Beatriz Oliveira e Ana Teresa entraram para acelerar o jogo, permitindo que a reciclagem da bola fosse feita com ainda mais velocidade e, aos 59 minutos, numa ligação perfeita com Matilde Goes numa linha de corrida interior, permitiram à ponta estrear-se no marcador. Beatriz Rodrigues, Teresa Pereira e Neuza Reis reforçaram ainda o pack avançado e garantiram a contínua estabilidade das formações ordenadas.

Portugal continuava a querer mais, e aos 71 minutos conseguiu finalmente abrir o jogo de uma ponta a outra e, ainda que a execução do passe não tenha sido perfeita, Matilde Goes no canal 3 com espaço mostrou novamente a sua qualidade ao marcar o seu segundo ensaio do jogo – a cereja no topo do bolo de uma excelente prestação.

Crédito: Luis Cabelo

Inês Barbosa foi a última jogadora a saltar do banco e aos 74 minutos de jogo participou na jogada mais bem construída das Lobas, numa movimentação que se iniciou na receção do pontapé de reinício e levou a oval de uma ponta a outra do campo – entre offloads, dummy passes e dobras, a Seleção Nacional mostrou que a sua principal arma é a (impressionante) velocidade a que joga.

Aos 77 minutos, Daniela Correia marcou o seu merecido ensaio, numa sequência em que Cátia João sob pressão consegue fazer chegar a bola à defesa portuguesa que apenas tem de correr para o ensaio. Com este ensaio, Daniela reforçou a sua marca num resultado já bastante dilatado, a somar aos pontos que já tinha entregue a Portugal através do sucesso de algumas das suas conversões.

Raquel Costa fechou o marcador, aos 81 minutos de jogo, após uma nova quebra de linha de Matilde Goes, extremamente bem apoiada por Beatriz Oliveira e Daniela Correia que não deixaram a bola morrer no contacto. A terceira linha fechou assim o resultado nos 51-0, provando que quando a bola chega com qualidade às pontas, a Seleção Nacional comandada por João Moura é arrasadora.

A Linha de Ensaio falou com Ana Teresa Santos, formação que entrou aos 56 minutos e cujo impacto na velocidade do jogo se associou à rapidez com que Portugal marcou os seus últimos ensaios:

“O jogo foi mais confuso do que o habitual, a sensação é que o primeiro apoio tardava a chegar e os rucks não estavam tão estáveis como gostaríamos. Contudo, acho que terminámos o jogo melhor do que começámos. Para o próximo jogo (Alemanha, fora), espero um jogo igualmente difícil, com diferentes obstáculos para os quais estamos confiantes que vamos trabalhar para ultrapassar – existem erros que temos de trabalhar para corrigir e para poder jogar o jogo da forma como queremos e como sabemos ter qualidade para jogar.”

Crédito: Luis Cabelo

 

Portugal v Espanha
Rugby Europe Championship 2023