A segunda etapa do Men’s 7s Rugby Europe Championship teve lugar em Cracóvia, entre os dias 1 e 3 de Julho.
Artigo escrito por: Nuno Madeira do O
Portugal, 6º classificado em Lisboa, ficou inserido na Pool B, juntamente com as selecções da Espanha (2ª), Itália (3ª), Lituânia (7ª) e os anfitriões Polónia (10ª). Portugal tinha como objectivo passar o grupo nos dois primeiros lugares (que dariam acesso à meia-final), missão que não se adivinhava fácil para os comandados de Frederico Sousa.
No primeiro dia, Portugal tinha encontro marcado com a Itália e com a Lituânia, jogos que viriam a ditar sortes distintas para a equipa lusa. No primeiro, Itália começou com mais bola mas sem criar perigo para a defensiva Portuguesa que não deixava os azzurri sair dos seus 22. Aos 2:30 mins, João Antunes, com uma quebra de linha muito boa fica isolado e marca atrás dos postes. Para piorar a situação para a equipa Italiana, já depois da bola ter tocado no solo, o capitão transalpino acerta com o joelho na cabeça do jogador Português, deixando a sua equipa temporariamente reduzida a 6.
Com menos um homem em campo, Portugal marcou o segundo ensaio por João Rosa, depois de uma jogada bem trabalhada. Já com o relógio no zero, a Itália chegaria pela primeira vez aos 22 nacionais, mas sem perigo. Ao intervalo, o marcador mostrava 12-0 para a equipa Portuguesa, que também tinha tido 75% de posse de bola.
A segunda parte começou com mais do mesmo e viu Francisco Nobre e Francisco Galveias marcarem dois ensaios em pouco mais de dois minutos. Com o marcador em 22-0, o jogo parecia decidido para as cores lusitanas. No entanto, com dois minutos por jogar, a selecção Italiana pareceu finalmente acordar e marcou dois ensaios de seguida, colocando o marcador em 22-12 com um minuto para jogar. A Itália ainda conseguiu marcar mais um ensaio (e convertê-lo) mas era demasiado tarde e Portugal vencia por 22-19.
O segundo jogo do dia seria, em teoria, mais fácil que o primeiro contra uma equipa Lituana que se encontrava atrás de Portugal no ranking. No entanto, a equipa nacional nunca se encontrou e permitiu bastantes espaços à selecção da Lituânia que marcou cinco ensaios e venceu por 27-7. Este resultado comprometia as aspirações da equipa Portuguesa que levava assim, uma margem de manobra muito curta para o segundo dia da competição.
No segundo dia, Portugal defrontou a selecção da Polónia e confirmou o seu favoritismo com uma vitória clara por 24-5. João Antunes abriu as hostilidades com menos de dois minutos de jogo e foi o mesmo João Antunes que, após uma boa saída, entregou na esquerda a João Rosa que cruzou a linha de ensaio com facilidade.
Com cerca de dois minutos e meio para jogar, José Paiva dos Santos tem um excelente chip and chase pelo meio do campo que não dá hipóteses à defensiva Polaca e marca o terceiro ensaio luso. João Antunes converte e aumenta a vantagem para 17-0. A equipa da casa só conseguiu entrar nos 22 lusos com 40 segundos por jogar: depois de um knock-on Português, a equipa Polaca ganhou o scrum e conseguiu marcar, levando as equipas para o intervalo com um resultado de 17-5.
A segunda parte começou com a bola no lado Polaco que Portugal não demorou a recuperar. Rodrigo Freudenthal, com dois excelentes side-steps, tirou dois defesas contrários do caminho e correu cerca de 70 metros para marcar sem oposição. Com mais uma conversão conseguida por João Antunes, Portugal selava o resultado final em 24-5.
O último jogo da fase de grupos opôs Espanha a Portugal. A selecção Espanhola estava em primeiro lugar no grupo, resultado de três vitórias no mesmo número de jogos. Devido ao deslize contra a Lituânia, Portugal tinha a obrigação de vencer se quisesse passar à meia-final.
O jogo começou de feição aos comandados de Frederico Sousa com João Antunes a marcar com 45 segundos de jogo, após um excelente kick and chase de Rodrigo Freudenthal. No entanto, a selecção Espanhola tomou o controlo do jogo e marcou três vezes ainda antes do intervalo, colocando o resultado em 5-19. A segunda parte trazia assim uma missão muito difícil para a selecção Portuguesa.
Espanha recomeçou a partida em controlo mas, com cerca de quatro minutos para jogar, Portugal roubou um alinhamento Espanhol com a bola a entrar rapidamente no corredor esquerdo onde não se encontrava ninguém o que permitiu um ensaio fácil (10-19 no marcador). Com três minutos por jogar, Francisco Meneres marcou e deu alento à equipa Portuguesa: Rodrigo Freudenthal fez um excelente passe interior que isolou o companheiro de equipa que, depois de correr cerca de 60 metros, marcou entre os postes. Ensaio convertido e o marcador saltava para 17-19.
Com menos de um minuto para jogar, a selecção Espanhola benificiou de um scrum após um knock-on do lado lusitano. Quando tudo parecia indicar que Portugal iria morrer na praia, a equipa Portuguesa recuperou a bola no scum através do capitão Rodrigo Freudenthal que correu 60 metros para marcar sem oposição. Ensaio convertido e Portugal garantia a vitória por 24-19 após uma grande recuperação e, com ela, o primeiro lugar na Pool B.
O primeiro lugar assegurava um lugar na meia-final e a possibilidade de defrontar a selecção Francesa que tinha terminado a Pool A no segundo lugar, atrás da Alemanha. A equipa Espanhola, terminaria a Pool na segunda posição e iria defrontar os Germânicos na outra meia-final.
A meia-final contra a França começou algo atribulada com penalidades a serem cometidas por ambas as equipas. Com cerca de três minutos de jogo, Portugal consegue criar perigo no ataque e após mais uma penalidade cometida pela defensiva Francesa, Diogo Sarmento, perto da linha dos 5m faz um rápido tap and go e marca o primeiro ensaio da partida (convertido por João Antunes).
O jogo continuou na sua toada meio atabalhoada e, já com o relógio no zero, após uma jogada bem trabalhada (a prmeira do lado gaulês), a França marca no canto direito (ensaio não convertido), levando as equipas para o intervalo com um 7-5 no marcador.
A segunda parte começou com Portugal no ataque e após um excelente break de Francisco Nobre, José Paiva dos Santos, a jogar ao pé, consegue marcar mais um ensaio para Portugal. A equipa Francesa quase marcou mas um knock-on ofensivo gorou essa possibilidade. No entanto, no scrum resultante dessa infracção, Portugal introduz bola de forma muito defeituosa no scrum, França recupera muito rapidamente e marca. 14-12, com 1 minuto para jogar.
Com 20 segundos por jogar, e numa altura em que Portugal parecia ter a partida controlada, França ganha a bola num ruck mal protegido, o que permite a Monin escapar e marcar mais um ensaio. 14-19, já com o relógio no zero, e Portugal dizia adeus à final.
No jogo de atribuição da medalha de Bronze, Portugal encontrou a selecção da Alemanha – equipa vencedora da etapa de Lisboa.
Mais uma vez, Portugal entrou por cima e com três minutos de jogo, após uma grande saída de Rodrigo Freudenthal que se livrou de dois oponentes, a equipa Alemã comete uma penalidade. Diogo Sarmento, mais uma vez com um tap and go muito rápido, apanhou toda a gente desprevenida e marcou o primeiro ensaio luso que João Antunes converteu.
Com dois minutos por jogar, após uma jogada bem elaborada, sempre em progressão no campo, os jogadores Germânicos conseguiram encontrar um espaço na defensiva Portuguesa e empataram a partida a sete. Já com o relógio no zero, depois de ganharem duas penalidades nos 22 lusos, a Alemanha conseguiu marcar no canto e levou o jogo para o intervalo com 7-12 a seu favor.
A segunda-parte não correu de feição à equipa Portuguesa que estava a defender muito desorganizadamente e concedeu mais dois ensaios sem resposta, colocando o marcador em 7-24. A equipa Lusitana ainda tentou reagir e marcou mais um ensaio por Frederico Couto mas era demasiado tarde e o resultado final cifrou-se em 14-24 para a Alemanha.
Portugal terminou assim e etapa de Cracóvia no quarto lugar, o que permitiu à equipa nacional acabar este Rugby Europe Championship na quinta posição, com os mesmos pontos de Itália.
O Linha de Ensaio falou com o capitão Rodrigo Freudenthal sobre o torneio:
Sexto lugar na etapa de Lisboa e quarto na de Cracóvia. Que balanço faz deste torneio?
O nosso objectivo era primeiramente dar experiência à nossa equipa, que é muito jovem em que, para muitos, este era o primeiro torneio em que participavam. Para quem viu os jogos, dá para ver que houve uma grande evolução da primeira para a segunda etapa. Ficámos à frente de equipas que com quem vamos disputar o apuramento para o Campeonato do Mundo e nos que não ganhámos, ficámos muito perto de o conseguir. O nosso foco era mais ganhar experiência para o que aí vem do que propriamente a classificação final por isso estamos muito satisfeitos.
Na partida contra a França, parecia que estava tudo controlado para Portugal chegar à final mas sofremos um ensaio mesmo no final ao qual já não conseguimos responder. Ficaram com a sensação de que podiam ter chegado mais longe?
É o tipo de jogo em que temos que ter mais experiência para o ganhar. Estávamos por cima, faltavam dois minutos e tinhamos uma mêlée a nosso favor e fomos imaturos na maneira como perdemos. Não acho que França tenha jogado melhor que nós mas o jogo em 7s é assim, um erro dá esperança ao adversário (e neste caso um com bons valores individuais) e fomo-nos abaixo psicologicamente. Com a experiência que iremos ganhar, vamos aprender a contrariar essa situação e não ficarmos nervosos porque falta um minuto e temos que aguentar o resultado. Ficámos frustrados com o resultado.
A nível pessoal, como correu o torneio?
A nível pessoal, de um modo geral, correu bem. Nos últimos dois anos tive algumas lesões o que impediu que estivesse sempre fresco fisicamente mas neste torneio senti a confiança a voltar. Senti que contribuí para a equipa, acho que estivemos muito unidos e que evoluímos de uma etapa para a outra e espero que, tanto eu, como a equipa, continuemos a evoluir com o tempo.