Rugby Europe Super Cup 2023 – Primeira Ronda
Lusitanos perdem contra os Tel-Aviv Heat em casa por 23-31 no jogo de abertura da edição de 2023.
Artigo escrito por: RMC
O melhor: A capacidade competitiva dos Lusitanos contra uma equipa claramente favorita, recheada de vários jogadores do Hemisfério do Sul, nomeadamente das Ilhas Fiji, das camadas de formação dos Springboks, entre outros.
O menos bom: O pouco público a assistir ao jogo no Jamor – contudo com bom suporte para a equipa visitante. Depois da prestação dos Lobos no campeonato do mundo, o rugby português merece mais apoio nos estádios.
Melhor em campo: Fácil. Semi Kunatani, com várias arrancadas muito perigosas e com dois ensaios. Foi sempre o dínamo atacante da equipa visitante e marcou a diferença .
Com o desfecho do Campeonato do Mundo de Rugby, abrimos a toda a velocidade a cobertura das partidas mais importantes das equipas portuguesas na nova época.
Começamos com a presença dos Lusitanos na Rugby Europe Super Cup 2023. Recorde-se que esta é a competição disputada entre clubes “nacionais” dos países mais representativos do segundo escalão do rugby europeu. A competição disputa-se numa fase inicial em grupos, com os Lusitanos a disputar o grupo A contra os Black Lions (Geórgia), Tel-Aviv Heat (Israel) e os Castilla y Leon Iberians (Espanha).
A meio da tarde de Sábado, os Lusitanos defrontaram os Tel-Aviv Heat em Lisboa, num dia soalheira mas ventoso. Tel-Aviv começou com grande posse de bola, mas com boa resposta da equipa portuguesa com placagens dominantes a resultar num avant. Na recuperação, Portugal começou a ocupar a metade do campo da equipa visitante e acabou por colocar os primeiros pontos no marcador ao passar do minuto 5, resultado de uma penalidade aos postes. Jorge Abecassis foi o autor dos primeiros pontos dos Lusitanos em 2023.
Portugal continuou a controlar bem a partida sobretudo na metade ofensiva do campo, durante os primeiros 10 minutos, no entanto sem criar muito perigo. À entrada do minuto 10, resultado da pressão territorial dos Lusitanos, Portugal, na sequência de uma jogada de set piece, com início num alinhamento, marcou o primeiro ensaio. Depois de mobilizar os avançados no lado esquerdo do ataque português, a bola foi pontapeada para o lado oposto, explorando com sucesso o espaço livre. Manuel Cardoso Pinto marcou na ponta. Abecassis converteu com sucesso. 10-0 para os Luisitanos.
Os Lusitanos intensificaram a pressão na metade defensiva dos Heat e estiveram muito perto de marcar novamente aos 15 minutos. Com o passar do tempo, os visitantes começaram a cometer mais erros e permitiram que Jorge Abecassis colocasse mais 3 pontos no marcador, ao minuto 19. Na resposta, a equipa Israelita finalmente conseguiu-se instalar na metade Portuguesa, contudo sem sucesso. Uma nova penalidade não forçada, permitiu aos Lusitanos chutar para o canto e iniciar uma nova jogada dentro dos 22 metros dos visitantes. Resultado de inúmeras penalidades seguidas, saiu o primeiro cartão amarelo do jogo para os Heat. Portugal atacou com um maul dinâmico, contudo bem defendido pela equipa do leste do Mediterrâneo. Apesar dos Heat utilizarem esta oportunidade para sair dos seus 22 metros, os Lusitanos continuaram a gerir o domínio territorial de forma muito inteligente.
Ao passar do minuto 30, duas penalidades portuguesas colocaram os Lusitanos a defender dentro dos 22 metros. Os avançados dos Heat tentaram quebrar a linha defensiva dos Lusitanos, através de várias fases mas terminariam por perder a bola. O jogo estava mais repartido, mas com os Lusitanos mostrarem boas iniciativas à mão.
Ao minuto 36, Tel-Aviv marcou um ensaio no canto através de Matthew More. O ensaio resultou de uma jogada na defesa Israeltita, com o gigante Semi Kunatani a quebrar a linha defensiva portuguesa e depois de um sprint de mais de 50 metros encontrou colegas no suporte, que na insistência encontraram o ponta desmarcado. O ensaio não foi convertido. O final da primeira metade aproximava-se rapidamente com o marcador em 13-5. Os Lusitanos lideravam, tendo dominado sobretudo territorialmente mas com o resultado eventualmente a não demonstrar a superioridade portuguesa.
Portugal recomeçou a segunda parte forte, e passado pouco mais de um minuto marcou o segundo ensaio através de Miguel Picão. Portugal mostrou mais uma vez o jogo à mão de que tanto se fala pelo mundo, combinado avançados e linhas recuadas brilhantemente, com duas quebras de linha determinantes, primeiro de Appleton e depois de Pedro Lucas, que assistou o número 8 Português. Conversão fácil para Abecassis, colocoando o marcador em 20-5.
Os Heat não demoraram a responder e instalaram-se no meio campo atacante imediatamente. Portugal cedeu à pressão e não só concedeu várias penalidades perto da sua linha de ensaio, como permitiu que Kunatani na marcação rápida de uma penalidade encontrasse a zona de ensaio, por entre a defesa desorganizada dos Lusitanos. Chait converteu o ensaio e o jogo estava novamente em aberto com o marcador em 20-12.
Os Tel-Aviv Heat mostravam querer disuputar o resultado e colocaram pressão na defensiva portuguesa, instalando-se por largos períodos no meio campo dos Lusitanos. Os portugueses conseguiram responder ao desafio físico dos atacantes da equipa Israelita, mas as avalanches dos visitantes intensificavam-se com novas presenças na zona vermelha da equipa da caravela. Os Lusitanos sem entrar em pânico pareciam conseguir encontrar respostas para as ofensivas dos Heat. A partida voltaria a estar repartida novamente, com erros dos dois lados.
A equipa de Tel Aviv continuou a encontrar oportunidades para se instalar nos 22 portugueses, mas a equipa lusa demonstrava grande capacidade para defender quer jogadas estáticas, quer o jogo faseado dos avançados vindos de Israel. Passados 62 minutos, na primeira instância em que of Heat dominaram a melé dos Lusitanos, ao jogar a penalidade junto da linha de ensaio finalmente conseguiram marcar novo ensaio, uma vez mais na ponta com a assinatura de More. Chiat voltaria a falhar a conversão. 20-17 para a equipa da casa.
O jogo mostrou-se repartido nos minutos seguintes, mas os visitantes começaram a mostrar maior capacidade física para a recta final da partida. Numa jogada de insistância em todo o meio campo português, ao cabo de várias fases, Matthew More voltaria a marcar. Com o seu terceiro ensaio da tarde, o ponta, agora a marcar junto aos postes, permitia mudar a lideraça para os visitantes – 20-24. Com 7 minutos para jogar, os Lusitanos precisavam de um ensaio para vencer a partida.
Ao minuto 74, Portugal beneficiou de um pontapé de penalidade perfeitamente marcado por Francisco Meneres. Apesar de centrado com os postes, o pontapé a 40 metros colocou a partida a um ponto. Nos minutos finais da partida, os Lusitanos conseguiram permanecer na zona de marcação de pontos mas sem grande eficácia. Na resposta dos Heat, mais uma grande arrancada de Kunatani, com um fantástico offload, que em continuidade quase resultou em novo ensaio.
Portugal concederia uma penalidade junto à sua linha de ensaio que, marcada através de uma melé dominante levaria ao ensaio final dos visitantes, novamente por Kunatani a conduzir a bola da melé directamente para a linha de ensaio. A conversão final colocaria o resultado final em 23-31, deixando os Lusitanos sem qualquer ponto na tabela classificativa na primeira partida da competição. A capacidade física dos visitantes fez a diferença durante a segunda parte, fundamental na reviravolta. Parabéns aos Heat!