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José Madeira
Entrevista

Jogador do FC Grenoble e da Selecção Nacional.

Segunda linha da Selecção Nacional, a vida em Grenoble e os objectivos para o Campeonato do Mundo. O Linha de Ensaio teve o prazer de falar com o grande José Madeira.

Crédito: FC Grenoble

Nome: José Duarte Madeira
Idade:
21 anos

Naturalidade: Lisboa
Internacionalizações:
25

Clube: FC Grenoble



Quick round:
Clube preferido? Belenenses e Toulouse.
Seleção que mais gosta de ver jogar (sem ser Portugal)? 
África do Sul.
Jogador preferido ? Richie McCaw. Dos actuais, Eben Etzebeth.

Melhor memória da carreira? Qualificação no Dubai para o Campeonato do Mundo 2023.  

Como é que começaste a jogar rugby? Tinhas que idade?

Comecei a jogar rugby por volta dos 7-8 anos, no Belenenses. Fui para o rugby porque tinha acabado de ver, pela primeira vez, na televisão a selecção nacional a jogar o campeonato do Mundo, em 2007.

 Passaste do Belenenses para o Grenoble. Como é que ocorreu a tua ida para França?

Após a minha estreia na selecção, tivemos um jogo do Rugby Europe Championship frente à Geórgia, em Paris. Foi de certo modo uma plataforma para as equipas francesas poderem ver alguns dos nossos jogadores e pouco tempo depois recebi uma proposta para vir para o Grenoble. Tive também alguma ajuda dos nossos treinadores na selecção que tinham contactos com clubes Franceses.

Foste para os Espoirs mas rapidamente chegaste à equipa principal.  Como é que foi essa transição? E como é que foi sentires-te como um jogador profissional de rugby?

Quando vim para o Grenoble foi-me dito que fazia a pré-época com a equipa profissional e que depois me iria dividir entre os espoirs e profissionais. No entanto, acabei por ficar apenas na equipa principal e nunca mais saí. Foi um primeiro ano cheio de emoção e realmente adorei esta nova realidade do rugby profissional.

As coisas estão a correr bem esta época, a nivel de clube: estão em lugares de promoção e deram-te mais 3 anos de contrato. Quais são as ambições para o resto da época?

O objectivo que traçámos no início da época foi o de chegar às fases finais, algo que a época passada não conseguimos. A ProD2 é uma liga bastante longa e competitiva, é normal decidir-se quem joga as finais apenas na última jornada, e temos que continuar focados para atingir esse objectivo.

Pretendes continuar a jogar em França ou vês-te a jogar noutros países?

Neste momento, vejo o meu futuro em França. Não fecho a ideia a jogar noutro país, mas por enquanto estou bem aqui.

Crédito: FC Grenoble

Em relação aos Lobos, conseguimos a qualificação num jogo impróprio para cardíacos.  Consegues descrever como viveste aqueles 5mins finais (scrum defensivo nos nossos 5m, drop do Jerónimo ao poste e depois a penalidade do Samuel)?

Eu estava a falar com outros jogadores no final do encontro e, para mim, não havia realmente dúvida nenhuma que íamos conseguir marcar, mesmo estando numa melle defensiva nos nossos 5 metros. Pode parecer algo arrogante, mas estavamos realmente convencidos que íamos sair de lá com o bilhete para o Mundial, e conseguimos!

Quais são os objectivos para o Campeonato do Mundo?

Ainda não traçámos objectivos enquanto grupo, mas todos nós temos a ambição de tentar fazer melhor que a Geração de 2007 e alcançar pelo menos uma vitória. Tentar deixar a camisola num lugar melhor é uma expressão que usamos bastante entre nós e a ambição é sempre essa.

José Madeira no meio de um mar Argentino. Crédito: Rui Morais e Castro

Com o Campeonato do Mundo em França onde existe uma grande comunidade Portuguesa e onde jogam vários jogadores da equipa, achas que Portugal se vai sentir em “casa”? Que esperas do apoio do Portugueses?

Espero ver estádios cheios e um apoio da mesma dimensão que se viu em 2007. E creio que, pela natureza do campeonato e a maneira como nos qualificámos é isso que vai acontecer.

Das equipas da fase de grupos (Gales, Austrália, Fiji, e Geórgia), com que jogador gostavas de trocar de camisola? E porquê?

Eu sempre gostei de ver o País de Gales nas 6 nações e vou ter que escolher o seu capitão – o emblemático Alun Wyn Jones – até por partilharmos a mesma posição dentro do campo.

Portugal tem evoluído bastante nos últimos anos (promoção para o REC, qualificação para o Campeonato do Mundo, jogos muito bem conhecidos contra Japão e Itália, criação dos Lusitanos). O que achas que falta para Portugal ser uma presença “constante” em Campeonatos do Mundo e continuar a evoluir o desporto em Portugal?

Tentar tornar as competições caseiras o mais competitivas possível, não só na variante de masculinos mas também nos femininos. Também é importante tentarmos profissionalizar a modalidade o mais possível, pois só assim é que iremos conseguir competir com as outras nações. È também muito importante tentar levar a modalidade ao maior número de jovens e crianças possível por todo o país, para que que possamos dar visibilidade ao desporto e conseguir atrair mais jogadores.

Como vês o teu futuro? Esperas um dia voltar a Portugal? Talvez trabalhar noutra área?

Espero um dia voltar a Portugal e talvez ainda jogar no meu clube de sempre (Belenenses). Quanto ao trabalho ainda não sei, mas defendo a ideia que uma pessoa se está constantemente a formar o que quer dizer que os interesses que tenho hoje em dia poderão mudar.

Crédito: FC Grenoble
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