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Jogos Europeus
7s Feminino

7s Feminino

As Lobas jogaram nos dias 25, 26 e 27 de Junho nos Jogos Europeus (Cracóvia), onde alcançaram um excelente oitavo lugar.

Artigo escrito por: Mariana Honorio

Este torneio que servia também como qualificação para os Jogos Olímpicos em 2024 em Paris e permitia às comandadas de João Moura sonhar com uma boa classificação.

Fase de Grupos

Portugal v Alemanha

O primeiro jogo do torneio opunha Portugal à Alemanha.

Num jogo de algum equilíbrio, as Lobas começaram o jogo a procurar encontrar o seu ritmo. Com um trabalho consistente a nível de transmissão de bola e velocidade, as portuguesas não tardaram a mostrar o seu domínio. Ainda assim, numa primeira parte pouco pontuada, o jejum foi quebrado logo nos primeiros minutos do jogo por Mariana Santos (convertido por Inês Spínola), deixando o resultado a 7-5 ao intervalo.

Foi na segunda parte que o jogo se mostrou mais animado, mas cujo resultado final apertado foi castigador em demasia para a qualidade da exibição lusa. Isabel Ozório começou a segunda parte com um ensaio, feito repetido por Adelina Costa, colocando o marcador em 19 – 5 para a nossa Seleção. No entanto, algum cansaço e falta de discernimento permitiram que a Alemanha tomasse controlo do jogo e marcasse. Felizmente, a vantagem nacional era grande e não impediu as Lobas de ganhar o primeiro jogo por 19 – 17.

Crédito: Francisco Paraiso/COP.

Portugal v Polónia

No segundo jogo do dia, Portugal defrontou a Polónia – equipa que partia como favorita para encontro e com um excelente curriculo na variante de 7s (vencedoras do Rugby Europe Championship 2022 e quartas classificadas na primeira etapa da edição de 2023). Para além disso, jogavam em casa e contavam com bastante apoio do púboico.

Num jogo em que as portuguesas tiveram poucas oportunidades, e se marcou pelo confronto muito físico de uma Polónia que atacava de forma bastante vertical e dependente do embate, as Lobas foram para o intervalo a perder 26 -0.

Com o jogo “controlado”, a Polónia abrandou o ritmo o que, aliado ao  muito mérito defensivo lusitano, levou a uma segunda parte sem ensaios.

No terceiro dia, Portugal tinha que vencer a Turquia para assegurar a passagem aos quartos de final.

Crédito: Francisco Paraiso/COP

Portugal v Turquia

O jogo contra a Turquia, no papel, seria um jogo interessante de disputar. As duas equipas tinham valências diferentes e a vitória era o único resultado que interessava.

Portugal voltou a ser a primeira equipa no a fazer avançar o marcador pelas mãos de Maria João Costa, logo aos 3 minutos. A primeira parte mostrou-se algo equilibrada a nível de marcador, com a curiosidade de estrear Matilde Goes a pontuar neste jogo. Ao intervalo, o resultado era de 12 – 5 para Portugal.

Foi na segunda parte que Portugal mostrou a sua irreverência ofensiva e destabilizou por completo a equipa turca, que não voltou a ter oportunidade de pontuar. Num jogo que terminou 36 – 5, Mariana Santos bisou, e Marta Pedro e Vera Simões inscreveram o seu nome da ficha de marcadoras.

Com esta vitória convincente, Portugal carimbava a passagem para os quartos de final da competição.

Crédito: Francisco Paraiso/COP

Portugal v Bélgica (Quartos de final)

Nos quartos de final da competição, Portugal defrontou uma inimiga conhecida, a Bélgica, com um objetivo muito claro – continuar a progredir para as próximas fases dos Jogos Europeus.

O início do jogo trouxe com ele um grande esforço defensivo para Portugal, um atestado à resiliência portuguesa numa fase muito cansativa do jogo. Apesar de ter conseguido bons turnovers e da boa resposta defensiva das portuguesas, foram as belgas acabaram por marcar os primeiros pontos, deixando o resultado ao intervalo em 0-10.

A segunda parte manteve a mesma tendência, num jogo em que as Lobas demonstraram alguma dificuldade em executar o seu plano de jogo. Mariana Santos marcou os únicos pontos portugueses num ensaio bem conseguido em velocidade. Nos últimos minutos de jogo, Portugal mostrou o seu poder ofensivo num ataque de várias fases. Infelizmente não influenciou o resultado final, acabando Portugal por perder por 5-22.

Crédito: Francisco Paraiso/COP

Alemanha v Portugal (5º-8º lugar)

Terminado o sonho do apuramento para os Jogos Olímpicos, Portugal mantinha os objetivos de terminar nos 8 melhores lugares da tabela classificativa.

A primeira adversária era de novo a Alemanha, equipa que tinha saído derrotada no jogo inicial da competição. O jogo começou equilibrado, tendo as portuguesas demonstrado novamente a sua qualidade defensiva. Com a bola na mão as lusas tiveram bons momentos ofensivos, mas sentiam alguma dificuldade em traduzir isso em pontos. A Alemanha conseguiu ser mais eficaz, levando vantagem ao intervalo (10-0).

A segunda parte começou melhor para as portuguesas, com um ensaio de Adelina Costa após um bom movimento e quebra de linha de Mariana Santos (conversão de Isabel Ozório). No entanto, e infelizmente, estes seriam os únicos pontos da nossa seleção, num jogo que terminou 22 – 7.

Crédito: Francisco Paraiso/COP

Itália v Portugal (7º-8º lugar)

Portugal disputava então o 7º e 8º lugares dos Jogos Europeus, contra um adversário conhecido – a Itália.

A Itália entrou forte, mas as Lobas lutavam por manter a sua consistência defensiva. Apesar de terem sofrido primeiro, Mariana Marques numa quebra de linha chegou ao empate. Com a conversão de Inês Spínola, Portugal passava para a frente do marcador e permitia à seleção nacional sonhar com o 7º lugar.

No entanto, o marcador não se alterou para Portugal. As Lobas mostravam algum cansaço – físico e psicológico – e cometiam bastantes erros que, com outra frescura, certamente não teriam cometido. A seleção azzurri parecia mais fresca e aproveitou da melhor maneira os erros da equipa nacional.

O resultado final (34-7) foi demasiado penalizador para as Lobas que se despediam assim dos Jogos Europeus 2023.

Apesar de falharem o apuramento para os Jogos Olímpicos, Portugal deixou boas indicações para o futuro. É uma equipa cheia de potencial, com jogadoras muito jovens (19, 20 anos) que vão crescer com a equipa e ganhar a necessária experiência para voarem cada vez mais alto. O futuro do rugby femino em Portugal enche-nos de esperança. E se não vamos estar em Paris (2024), quem sabe se não estaremos em Los Angeles em 2028…

Crédito: Francisco Paraiso/COP
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