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Geórgia v Portugal
Portugal XV

Portugal voltou à Geórgia, cinco meses depois de lá empatar a 25,  para defrontar os Lelos no último jogo da janela de Verão.

Artigo escrito por: Nuno Madeira do Ó

O melhor: jogo muito disputado em que o resultado podia ter caído para qualquer lado. Portugal esteve muito sólido defensivamente e mostrou uma franca melhoria nas fases estáticas do jogo. Grande exibição da primeira linha Portuguesa (Francisco Fernandes, Mike Tadjer e Anthony Alves).  

O menos bom: alguma indisciplina na primeira parte que resultou em bastantes penalidades convertidas pela equipa Georgiana. No final da partida, devido ao cansaço (Portugal fez 14h de viagem para chegar ao local do jogo), a equipa cometeu mais erros e acabou por sofrer o ensaio que selou a partida aos 80 minutos.

Melhor em campo: Niniashvili foi uma constante dor de cabeça para a equipa Portuguesa (e acabou por marcar o ensaio que selou a vitória da equipa da casa) mas o nosso destaque vai para Mike Tadjer. O talonador Português esteve muito bem durante os 73 (!) minutos que jogou. Muito certeiro nos alinhamentos, foi parte integral de um scrum que se bateu muito bem durante o jogo todo. Esteve muito activo no jogo (breakdown, carries) e, com duas placagens cruciais (35 e 63 minutos) evitou dois ensaios da equipa da Geórgia. Gigante.

Mike Tadjer (esquerda), o melhor em campo para o Linha de Ensaio. Crédito: Rugby Georgia.

Depois de escolher equipas muito semelhantes para defrontar as selecções de Itália e Argentina XV, Patrice Lagisquet decidiu mudar um pouco as coisas para o confronto com a Geógia: Steevy Cerqueira recuperava o lugar na segunda linha, com José Madeira a vestir a camisola número sete. Thibault de Freitas passava de sete para oito com Rafael Simões a descansar. Nos ¾, Samuel Marques dava o lugar a João Belo, e o capitão Tomás Appleton também descansava. Para o seu lugar, entrava José Lima.

No banco, Nicolas Martins cobria a terceira linha naquela que poderia ser a sua primeira intercionalização, enquanto que os ¾ estavam assegurados por Pedro Lucas, Domingo Cabral (também a sua primeira internacionalização pelos Lobos) e Vincent Pinto (de regresso à equipa depois de ter descansado contra a Argentina XV).

A selecção da Geórgia também fazia bastantes alterações (sete) em relação à equipa que tinha vencido a Itália no passado fim-de-semana.

O jogo começou praticamente com a Geórgia a marcar os primeiros pontos. Penalidade a 40 metros dos postes que Abzhandadze não desperdiçou. Portugal respondeu de imediato e ganhou um penalty em zona central, à entrada dos 22 Georgianos. Infelizmente, Nuno Sousa Guedes não conseguiu empatar a partida. Portugal continuou por cima, forçando os adversários a cometer três penalidades em cinco minutos.

Crédito: Rugby Georgia.

Infelizmente, Portugal não conseguiu capitalizar essa vantagem e foi a Geórgia, na segunda vez que cruzou a linha de meio-campo, a ganhar outra penalidade a cerca de 40m dos postes e a dobrar a vantagem que tinha.

Foi preciso esperar pelos 17 minutos de jogo para ver Portugal a criar perigo novamente. Sousa Guedes com um excelente pontapé 50:22 que origina o respectivo alinhamento ofensivo e que leva a selecção da casa a cometer mais uma penalidade. Desta vez o defesa Português não desperdiçou a oportunidade e reduziu a diferença para 6-3.

Cinco minutos depois, o empate a seis, fruto de outra penalidade. A Geórgia respondeu na mesma moeda, conquistando mais duas penalidades (uma marcada, uma falhada), fazendo o marcador avançar para 9-6.

Crédito: Rugby Georgia

O jogo era muito disputado a meio campo, sem que nenhuma equipa conseguisse ter ganhos territoriais significativos. No entanto, nos últimos cinco minutos da primeira parte a Geórgia aumentou a pressão e criou bastantes dificuldades à defesa Portuguesa. Nesse período de tempo, a equipa da casa teve três alinhamentos nos 5m lusitanos mas sem sucesso. Apesar de Duarte Torgal ter visto um cartão amarelo, a defesa lusitana parou tudo o que lhe apareceu à frente.

Neste período, destaque para uma placagem providencial de José Madeira sobre Niniashvili, impedindo o que seria um ensaio certo. Ao intervalo, 9-6 para a equipa da casa e tudo em aberto para a segunda parte.

A segunda parte trouxe más notícias para Portugal com Thibault de Freitas a sair lesionado com apenas três minutos de jogo. Ainda assim, os comandados de Patrice Lagisquet empataram a partida aos 48 minutos, com mais uma penalidade convertida por Nuno Sousa Guedes.

Crédito: Rugby Georgia

A Geórgia voltou a acelerar o seu jogo e aos 55 minutos conquistou um scrum nos 5m Portugueses o que serviu de plataforma de lançamento para o primeiro ensaio da partida, marcado por Modebadze na ala direita. Abzhandadze adicionou os extras e colocou o marcador em 16-9.

O jogo continuou muito equilibrado com Portugal a defender muito bem, tal como o tinha feito na primeira parte. Os scrums que em jogos anteriores tinham sido um problema, não o pareciam ser e aos 72 minutos, depois de trocar os dois pilares, Portugal conquistou até uma penalidade.

Aos 75 minutos de jogo, o ensaio Português: Raffaele Storti trabalha muito bem no centro do terreno, atraindo um defesa Georgiano antes de passar na esquerda para Rodrigo Marta. O centro Português correu cerca de 30 metros antes de mergulhar sobre a linha de ensaio. Na conversão, Nuno Sousa Guedes atirou ao poste e deixou Portugal dois pontos atrás da Geórgia: 16-14.

Crédito: Rugby Georgia

Com tudo para jogar nos últimos 5 minutos, a equipa da casa tentava aumentar a vantagem e selar a partida e conseguiu. Jogada de insistência do ataque Georgiano aos 80 minutos e Portugal a deixar um ruck sem protecção. Niniashvili viu o buraco na defesa lusitana e marcou o último ensaio da partida (23-14).

Apesar de ter perdido os três jogos desta janela de Verão, Portugal mostrou sinais bastantes encorajadores. As falhas identificadas no primeiro jogo (scrums e mauls) foram significativamente melhoradas no segundo jogo. Para além disso, no jogo contra a Geórgia, Portugal aguentou melhor os últimos 15 minutos da partida (que tinham sido o calcanhar de Aquiles nos outros jogos desta janela), ganhando penalidades no scrum e marcando ensaios.

Tudo isto são sinais muito positivos para Portugal para aquele que é o verdadeiro objectivo desta selecção: o playoff de apuramento para o Campeonato do Mundo em França. Terá lugar no Dubai, nos fins de semana de 5, 12 e 19 de Novembro e Portugal terá como adversários as selecções do Quénia, Estados Unidos da América e o derrotado da partida entre Tonga e Hong Kong.

Crédito: Rugby Georgia
Round 1: Delta
Lusitanos XV