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Geórgia v Portugal
Portugal XV

Com o sonho ali tão perto, Portugal viajou até ao estádio Mikheil Meskhi em Tiblisi para a primeira jornada do Rugby Europe Championship 2022.

Artigo escrito por: Nuno Madeira do O

O melhor:

Consistência da equipa portuguesa na primeira parte, superiorizando-se à equipa da Geórgia por várias vezes nos alinhamentos e formações ordenadas.

Um resultado excelente para a equipa lusitana mas que no fim, quase que sabe a pouco.

O menos bom:

Algum atabalhoamento no ataque da equipa nacional (primeiros vinte minutos da primeira parte).

A lesão de Jerónimo Portela na segunda parte. Esperemos que não seja nada de grave e que possa estar de volta no próximo fim de semana.

Melhor em campo: Tomás Appleton. O capitão da equipa nacional completou neste jogo 50 internacionalizações pelos Lobos (todas como titular) e realizou uma exibição fantástica, tanto a atacar como a defender. Directamente envolvido em dois dos ensaios lusos, teve ainda pulmão para evitar o quarto ensaio da Geórgia na fase final do jogo com uma placagem providencial. Enorme.

Tomás Appleton, o melhor em campo. Credito: Irakli Tkemaladze/Georgian Rugby

Os Lobos entraram em campo sabendo que os seus adversários directos no tão desejado segundo lugar do grupo (qualificação directa para o Campeonato do Mundo), Espanha e Roménia, tinham vencido os seus respectivos encontros. Pela frente a selecção nacional tinha a equipa da Geórgia, líder destacada do Rugby Europe Championship e 12ª classificada do ranking Mundial. 

Portugal tinha quatro baixas naquele que foi o seu XV tipo em 2021: Anthony Alves (pilar direito), Raffaele Storti (ponta), Nuno Sousa Guedes (defesa) e Mike Tadjer (talonador), este último de fora durante toda esta campanha. No entanto, devido às novas regras da World Rugby que permitem convocar jogadores com dupla nacionalidade que já tenham jogado por outro país (desde que tenha sido há mais de três anos), Portugal viu a sua equipa reforçada com os luso-franceses Steevy Cerqueira e Vincent Pinto. O seleccionador Patrice Lagisquet deu-lhes as camisolas número 7 e 14, respectivamente.

O jogo iniciou-se com alguma pressão da equipa da casa mas com Portugal a aguentar bem o maior poderio físico dos Georgianos. Samuel Marques – mais uma grande exibição do 9 luso – tentava imprimir um ritmo de jogo bastante alto a partir do ruck, tentando potenciar o talento e velocidade dos jogadores portugueses. Esta estatégia revelou-se acertada e forçou a equipa da casa a cometer uma penalidade que o mesmo Samuel Marques converteu com sucesso. 0-3 aos 8 minutos de jogo.

Samuel Marques, sob o olhar atento de Francisco Fernandes. Credito: Irakli Tkemaladze/Georgian Rugby

A equipa da Geórgia cometia erros bastantes incaracterísticos a nível do alinhamento, maul e posse de bola, o que favorecia a equipa nacional. A partir dos 25 minutos, o jogo entrou num ritmo mais frenético, com a Geórgia a empatar (3-3), mas com Samuel Marques a restabelecer a vantagem da equipa portuguesa com outro penalty aos 27 minutos (3-6).

Os 30 minutos de jogo viram o primeiro ensaio da partida. Tabutsadze aproveitou a desorganização da equipa portuguesa que nunca conseguiu realmente formar uma linha defensiva e cruzou a linha de ensaio sem oposição. Ensaio não convertido e o marcador em 10-6.

Este jogo mostrou uma grande evolução da equipa nacional a nível dos alinhamentos e da formação ordenada. No passado, especialmente contra equipas do leste Europeu, Portugal sentiu muitas dificuldades nestas situações de jogo, o que custou bastantes ensaios. Nesta primeira parte, a equipa nacional esteve muito sólida nestes aspectos (especialmente nos alinhamentos), com Steevy Cerqueira, do alto do seus 2.06 metros a roubar bastantes bolas no ar e a servir como ponto de referência para os lançamentos de Lionel Campergue.

Vincent Pinto nas alturas. Credito: Irakli Tkemaladze/Georgian Rugby

Foi a partir de uma formação ordenada que Manuel Cardoso Pinto marcou o primeiro ensaio nacional: bola rápida e o defesa português, com uma linha espectacular, a atravessar a defesa georgiana. Ensaio não convertido, marcador em 10-11.

A primeira parte terminou com o segundo ensaio da equipa da Georgia. Ja com o relógio no vermelho, e após uma jogada de insistência, Kerdikishvili marcou. Ao intervalo, o placard mostrava 15-11 para a equipa da casa.

A segunda parte começou praticamente com um penalty para a equipa da Geórgia que não perdoou e aumentou a vantagem para 18-11. No entanto, aos 48 minutos, a equipa da casa viu-se temporariamente reduzida a 14 jogadores (cartão amarelo para Tabutsadze por um knock-on deliberado). Portugal aproveitou a vantagem numérica, e marcou o seu segundo ensaio da partida: grande abertura de Jerónimo Portela com o pé para Rodrigo Marta que consegue apanhar a bola nas alturas e mergulhar no canto para o ensaio luso. Samuel Marques converteu, igualando a 18 pontos.

Jose Lima e Vincent Pinto. Credito: Irakli Tkemaladze/Georgian Rugby

Aos 57 minutos, a equipa nacional conseguiu completar a volta ao marcador: Vincent Pinto livra-se de dois jogadores da Geórgia ganhando vários metros, Tomás Appleton continua em progressão e é depois José Lima, na insistência, a fazer o esforço final. 18-25 para Portugal.

Na segunda-parte, com uma primeira linha nova e ja sem Steevy Cerqueira, Portugal começou a acusar a fadiga física e tornou-se mais inconsistente nos alinhamentos e nas formações ordenadas, dando várias vantagens à equipa da Geórgia. Foi a partir de uma formação ordenada nos 5m portugueses que a Geórgia marcou o seu terceiro ensaio, estabelecendo aquele que seria o resultado final: 25-25.

A partida terminou com Portugal por cima e quase a conseguir o seu quarto ensaio mas já não houve mais mexidas. Samuel Marques chutou para fora aos 81 minutos, pondo fim a uma série de 20 vitórias consecutivas da Geórgia no Rugby Europe Championship e dando alento às esperanças de Portugal se qualificar para o Campeonato do Mundo de 2023.

Credito: Irakli Tkemaladze/Georgian Rugby
Roménia v Portugal
Portugal XV