A derrota frente à seleção espanhola coloca os Lobos (praticamente) fora do Mundial de 2023
Artigo escrito por: Rui Neto Fernandes
O melhor: Portugal jogou o seu melhor rugby nos 20 minutos finais, já depois de algumas substituições, conseguindo dominar o jogo. Se o terceiro ensaio luso tivesse sido obtido mais cedo, o resultado final poderia ter sido ainda disputado.
O menos bom: Apesar de matematicamente possível, embora seja altamente improvável a vitória dos Países Baixos frente à Roménia na próxima jornada, a derrota colocou a seleção nacional fora da rota para o Mundial.
Melhor em campo: Rodrigo Marta. Um bom jogo do ponta português que procurou durante todo o encontro quebrar a linha espanhola e dinamizar o jogo português.
Era o jogo mais importante do rugby lusitano nos últimos 15 anos. Portugal deslocou-se a Madrid para disputar uma verdadeira final frente à sua congénere espanhola mas para desilusão de todos os amantes de rugby portugueses, os Lobos não conseguiram o tão desejado objetivo de marcarem presença em França no próximo ano.
Portugal entrou no jogo a pressionar e a criar perigo para a defesa espanhola. O domínio luso foi materializado logo aos 6 minutos quando Samuel Marques (um dos mais inconformados com o rumo do jogo) converteu uma penalidade inaugurando o marcador. A vantagem portuguesa durou muito pouco já que aos 7 minutos o flanqueador espanhol Frederic Quercy aproveitou uma desatenção da defesa portuguesa para quebrar a linha de vantagem e entregar para o pilar Jon Zabala marcar o primeiro ensaio do desafio.
A reação dos Lobos foi imediata: com um jogo pressionante, Portugal desenvolveu uma grande jogada, com a oval a ser distribuída por Samuel Marques e Jerónimo Portela e a chegar à esquerda a Rodrigo Marta. O ponta português, no limite do campo, fez um off-load genial para Simão Bento faturar.
Aos 17 minutos, e na sequência de uma falta portuguesa na formação ordenada já dentro da área de 22 metros, a seleção espanhola insistiu e marcou o 2º ensaio por Frederic Quercy, colocando o resultado em 17-10. Oito minutos depois, e novamente numa jogada de muita insistência, os espanhóis empurraram a seleção nacional para junto da sua área de validação c com o talonador Marco Pinto a confirmar o 3º ensaio espanhol.
Portugal reagiu aos 32 minutos com o médio de abertura Samuel Marques a ver muito bem a entrada do centro Pedro Bettencourt, que conseguiu isolar-se e marcar praticamente entre os postes. No entanto, a seleção portuguesa viria a sofrer mais um ensaio ainda antes do intervalo, após uma jogada em maul de Espanha que permitiu o 2º ensaio da conta pessoal para Marco Pinto.
Ao intervalo, e com o resultado em 27-20, o objetivo do Mundial ainda parecia alcançável mas pedia-se mais esclarecimento ao jogo lusitano
Na 2ª parte, Manuel Ordas (44, 50 e 58 minutos) e Samuel Marques (46 e 54 minutos) converteram 3 e 2 penalidades, respetivamente, colocando o jogo a 33-23. Patrice Lasgisquet mexeu na equipa com várias substituições e os últimos 20 minutos da partida, numa altura em que Espanha evidenciava algum desgaste físico, foram praticamente de domínio português.
Apesar disto, e mesmo com algumas oportunidades para marcar antes, os Lobos viriam a conseguir o 3º ensaio apenas aos 79 minutos, já sem tempo no cronometro para tentar inverter o resultado.
Com o resultado final de 33-28, a Espanha garante presença no Mundial de Rugby pela 2 vez no seu historial. Portugal está agora no 3º lugar do grupo, não joga na próxima semana devido à exclusão da Rússia das competições internacionais mas a mais que provável vitória da Roménia frente aos Países Baixos deverá relegar a seleção nacional para 4º, afastando-a do play-off de repescagem.