Rugby Europe Super Cup 2022 – First round
Os Lusitanos começaram a edição de 2022 da Rugby Europe Super Cup, contra a equipa do Delta.
Artigo escrito por: Nuno Madeira do Ó
O melhor:
– Um jogo de rugby muito intenso com as duas equipas a disputarem o resultado até à última jogada do encontro que fez valer o bilhete a quem o pagou.
– Todos os ensaios marcados foram de excelente qualidade, com especial destaque para o segundo ensaio de Francisco Rosa que surgiu de uma jogada fenomenal do ataque dos Lusitanos.
O menos bom:
– Os Lusitanos nunca deveriam ter sofrido o que sofreram para segurar esta vitória. Na primeira parte a equipa do Delta só por uma vez chegou aos 22 dos Lusitanos que apenas conseguiram marcar dois ensaios apesar do total domínio da partida.
– Foi o primeiro jogo depois da pré-época e os jogaodores ainda estão à procura de forma, mas os Lusitanos cometeram bastantes erros no ataque (knock-ons, passes sem recepção) – a rever para as próximas partidas, sob pena destes erros poderem custar vitórias.
Melhor em campo: Manuel Cardoso Pinto. Foi o principal dinamizador do ataque da equipa lusa. Marcou um ensaio, assistiu ao pé para outro e criou um terceiro, marcado por Francisco Rosa. Uma autêntica dor de cabeça para a equipa do Delta.
Luís Pissarra, na ausência de Patrice Lagisquet, tinha dito antes da partida, que o objectivo desta competição era dar mais minutos aos jogadores, em preparação para o playoff de apuramento de Portugal para o Campeonato do Mundo (Novembro). Com alguns dos jogadores que habitualmente fazem parte da equipa dos Lusitanos de fora (Rafael Simões, David Wallis, Tomás Appleton, Nuno Sousa Guedes, José Paiva dos Santos, e Jerónimo Portela (lesionado no aquecimento)), os Lusitanos estrearam cinco jogadores e apresentaram um XV inicial bastante novo, com uma média de idades a rondar os 24 anos.
Os visitantes entraram a mandar na partida, com o rugby rápido que já nos habituaram. Ao terceiro minuto, depois de ganharem um alinhamento, Duarte Diniz sai a jogar por detrás da maul, com a bola a chegar eventualmente ao lado direito do ataque onde aparece Manuel Cardoso Pinto que, quase sem oposição, marca o primeiro ensaio da partida. Ensaio convertido por Pedro Lucas e 0-7 antes dos 5 minutos de jogo.
Os Lusitanos continuaram a dominar a partida (a equipa do Delta não entrou na metada Portuguesa durante os primeiros 10 minutos). Aos 15 minutos, Manuel Picão viu o cartão amarelo por um tackle ilegal mas nem com menos um jogador, os Lusitanos deixaram de atacar.
No entanto, os ensaios tardavam a vir, com bastantes erros de handling, com bastantes knock-ons, que goravam o progresso no marcador. Aos 32 minutos, foi a vez do Delta ficar reduzido a 14 jogadores. Neste período, a equipa dos Lusitanos aumentou ainda mais a pressão e, três minutos mais tarde, Manuel Cardoso Pinto, com o pé, descobriu espaço na defesa neerlandesa onde surgiu Pedro Lucas que marcou facilmente por detrás dos postes (0-14).
Foi preciso chegar aos 40 minutos para ver a primeira incursão da equipa do Delta aos 22 Portugueses, mas sem perigo. Ao intervalo, os Lusitanos venciam por 14 contra nada, numa parte onde a diferença podia ser substancialmente maior.
Quem pensava que a segunda parte ia ser mais do mesmo, cedo viu que não iria ser assim. A equipa do Delta veio dos balneários determinada dar a contrariar a tendência da primeira parte e, logo aos 43 minutos, na sequência de um pontapé, a oval chegou a Joran Shoenmaker que marcou na ala esquerda do ataque. Ensaio não convertido e a equipa da casa reduzia para 5-14.
Embalados pelo ensaio marcado, a equipa do Delta continuou por cima mas foram os Lusitanos que marcaram: Duarte Diniz com boa progressão no terreno (bom jogo ofensivo por parte do talonador Português, especialmente na primeira parte), antes de entregar a Pedro Lucas. O Formação entrega a João Granate que se livra de dois tackles neerlandeses antes de entregar a Francisco Rosa que marca. Ensaio não convertido e 5-19 no marcador com 48 minutos jogados.
Três minutos mais tarde, Manuel Cardoso Pinto bate dois defesas em velocidade, “desmanchando” a defesa neerlandesa antes da bola chegar eventualmente a Francisco Rosa que bisa na partida. 5-26 no marcador com 30 minutos para jogar e parecia que os Lusitanos tinham o jogo controlado.
No entanto, não era dia para facilidades. João Belo (capitão nesta partida) não consegue o kick to touch com a equipa do Delta a recolher a bola dentro do campo e a pontapear, ganhando muito território. A oval salta caprichosamente para as mãos de William Edwards que, em velocidade, bate a concorrência e marca debaixos dos postes (12-26).
Cinco minutos mais tarde, a equipa do Delta ganhou um scrum dentro dos 22 lusos e Dirk Wierenga com um pick and go pleno de oportunidade a cruzar a linha de ensaio. 19-26 no marcador e tudo em aberto para os 20 minutos finais.
Os Lusitanos tentavam ganhar momentum ofensivo mas erros sucessivos de handling complicavam bastante essa tarefa. Para ajudar, Duarte Diniz estava com a mira descalibrada e (4 erros de reposição no alinhamento), dando o controlo do jogo à equipa adversária. Ainda assim, os Lusitanos jogavam na metade adversária e colocavam pressão na equipa da casa. Aos 80 minutos, já com o relógio no vermelho uma situação no mínimo caricata: os Lusitanos ganham uma penalidade na linha de 22 da equipa da casa, numa zona em que o mais que provável pontapé aos postes selaria a partida e decidem.. chutar para alinhamento. Alinhamento torto, bola para o Delta e mais uns minutos de sofrimento para quem estava a seguir a partida.
Felizmente, nada de mal aconteceu e os Lusitanos carimbaram a primeira vitória nesta edição da Rugby Europe Super Cup, o que os coloca no segundo lugar da conferencia oeste. O próximo jogo da equipa Portuguesa é dia 17 (17h), contra a equipa dos Brussels Devils.
