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África do Sul v Portugal
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Portugal defrontou pela primeira vez os Springboks (64-21)

Artigo escrito por: Nuno Madeira do Ó

O melhor: na primeira vez que os defrontou, Portugal jogou olhos nos olhos com os atuais Campeões do Mundo, nunca virando a cara à luta mesmo quando o resultado fugia na direção oposta ao desejado. Três ensaios marcados, mais dois que quase o foram e, no final, o respeito por parte de todos os que viram a partida.

The best part: In their first encounter, Portugal played head-to-head with the current World Champions, never shying away from the fight even when the result was heading in the opposite direction of their desire. Three tries scored, two more that almost were, and in the end, respect from everyone who watched the match.

O menos bom: as lesões de três Lobos (José Lima, Vasco Baptista, e Pedro Vicente) que acabaram por ter que ser substituídos – a primeira com algum aparato e que, felizmente, não passou de um susto. A nível tático, Portugal não esteve bem a defender, com os espaços concedidos a serem aproveitados de forma implacável pelos Springboks.

The not-so-good part: The injuries of three Lobos (José Lima, Vasco Baptista, and Pedro Vicente) who had to be substituted – the first one with some drama and, fortunately, turned out to be just a scare. Tactically, Portugal did not defend well, with the spaces conceded being ruthlessly exploited by the Springboks.

Melhor em Campo: Manuel Cardoso Pinto fez uma grande partida, com excelentes arrancadas que causaram muitas dificuldades à defesa dos Boks. Destaque ainda para o sprint de 70m que fez já na parte aos 45mins para parar um ensaio certo de Arendse. José Paiva dos Santos marcou um bis e entrou para a lista (muito) restrita de jogadores que o conseguiram fazer contra os Springboks. No entanto, o prémio de melhor em campo vai para Simão Bento. Que jogaço fez o 15 português! Com um jogo de pés incrível inventou espaço para tirar da frente um contrário e assistir José Paiva dos Santos para o primeiro ensaio da partida. Para além disso, esteve muito bem a defender, com destaque para dois turnovers fantásticos aos 30 e 33 minutos e, já com o relógio a bater no vermelho, uma placagem providencial que colocou o jogador adversário em touch. Enorme!

Player of the match: Manuel Cardoso Pinto had a great game, with excellent breaks that caused many problems for the Boks’ defense. Notable also was his 70m sprint at 45 minutes to stop a certain try from Arendse. José Paiva dos Santos scored a brace and joined the (very) exclusive list of players who have managed to do so against the Springboks. However, the Man of the Match award goes to Simão Bento. What a game he played! With incredible footwork, he created space to fend off an opponent and assist José Paiva dos Santos for the first try of the match. Additionally, he was excellent in defense, highlighted by two fantastic turnovers at 30 and 33 minutes and, with the clock in the red, a crucial tackle that forced the opponent into touch. Enormous!

José Paiva dos Santos momentos antes de mergulhar para o primeiro ensaio da partida. Crédito: Kaptured Concepts

O Toyota Stadium – casa dos Cheetahs – vestiu-se de gala para ver o embate entre Springboks e os Lobos. Bilhetes esgotados cerca de duas semanas antes do encontro, as bancadas tinham uma forte presença da comunidade Portuguesa na África do Sul que emprestavam um colorido diferente ao que seria, normalmente, o “green and gold” dos atuais Campeões do Mundo.

The Toyota Stadium – home of the Cheetahs – was dressed in gala for the clash between the Springboks and the Lobos. Tickets sold out about two weeks before the match, and the stands had a strong presence of the Portuguese community in South Africa, lending a different color to what would normally be the “green and gold” of the current World Champions.

Portugal entrou muito bem na partida com os Lobos a enfrentarem o temido scrum dos Boks logo à passagem do segundo minuto. Excelente desempenho na fase estática que, infelizmente, foi ofuscado pela aparatosa lesão de José Lima no minuto seguinte: placagem alta de André Esterhuizen que acertou na cabeça do vice-capitão português. Cartão amarelo para o Sul Africano (que viria a ser alterado para vermelho no bunker), e fim de jogo para José Lima que deu o seu lugar a José Paiva dos Santos.

Portugal started the match very well, with the Lobos facing the feared scrum of the Boks just past the second minute. An excellent performance in the static phase was unfortunately overshadowed by the dramatic injury of José Lima in the following minute: a high tackle by André Esterhuizen that hit the head of the Portuguese vice-captain. A yellow card for the South African (later upgraded to red in the bunker), and the end of the game for José Lima, who was replaced by José Paiva dos Santos.

Os Springboks demoraram cerca de 10 minutos a entrar na metada lusitana e foram mesmo os comandados de Simon Mannix os primeiros a marcar: Simão Bento, com um excelente jogo de pés conseguir tirar da frente o seu marcador, meteu a oval em Paiva dos Santos que correu cerca de 70m até à linha de ensaio sul-africana. Joris Moura adicionou os extras e Portugal vencia por sete em Bloemfontein.

The Springboks took about 10 minutes to enter the Portuguese half, and it was Simon Mannix’s team who scored first: Simão Bento, with excellent footwork, evaded his marker and passed the ball to Paiva dos Santos, who ran about 70m to the South African try line. Joris Moura added the extras, and Portugal was leading by seven in Bloemfontein.

No entanto, os Springboks responderam de imediato e empatariam o jogo dois minutos depois através de algumas fases de pick and go. A equipa da casa continuava com um ritmo de jogo bastante elevado, causando bastante dificuldades aos Lobos. Aos 23 minutos, já com o resultado em 10-7,  foi a vez de Vasco Baptista de lesionar, com André Cunha a entrar na partida.

Até ao intervalo, mais três ensaios e um cartão amarelo (Arendse) para os Boks e as equipas a irem para os balneários com o placard a mostrar 29-7.

Crédito: Kaptured Concepts

A segunda parte começou com Domingos Cabral e David Costa a entrarem para os lugares de Joris Moura e Francisco Fernandes. O Abertura, depois de ter estado em excelente plano contra a Namíbia, voltou a entrar muito bem na partida, proporcionando maior solidez e criatividade ao ataque dos Lobos.

The second half began with Domingos Cabral and David Costa coming in for Joris Moura and Francisco Fernandes. The fly-half, after an excellent performance against Namibia, again entered the match very well, providing greater solidity and creativity to the Lobos’ attack.

Aos 59 minutos, com o resultado em 43-7, os Lobos voltraram a marcar: grande passe de Rodrigo Marta para José Paiva dos Santos que, com um jogo de pés magnífico, inventou espaço onde este não existia e bisou na partida. Euforia do adeptos portugueses nas bancadas e um sorriso enorme na cara do ponta lusitano que inscrevia assim o seu nome numa lista muito restrita onde constam nomes como David Campese (Austrália), Ben Smith ou Julian Savea (ambos All Blacks).

At 59 minutes, with the score at 43-7, the Lobos scored again: a great pass from Rodrigo Marta to José Paiva dos Santos, who, with magnificent footwork, created space where there was none and scored his second try of the match. Euphoria among the Portuguese fans in the stands and a huge smile on the face of the Portuguese winger, who thus inscribed his name on a very restricted list that includes names like David Campese (Australia), Ben Smith, and Julian Savea (both All Blacks).

Antes do fim, tempo ainda para o terceiro ensaio dos Lobos. Domingos Cabral com um crosskick exemplar, colocou a oval em José Madeira (mais um excelente jogo) que foi muito inteligente e conseguiu descobrir o espaço que precisava para mergulhar e marcar mais um ensaio para Portugal.

A partida acabaria pouco depois mas ainda com tempo para mais um ensaio de Makazole Mapimpi que colocou o marcador nos finais 64-21.

Foi uma excelente réplica dos Lobos contra os poderosos Springboks. Num jogo disputado a 1400m de altitude, com o cansaço acumulado de toda uma época nas pernas, bastantes ausências de jogadores que, em princípio, seriam titulares no XV dos Lobos e uma nova equipa técnica (foi apenas o segundo jogo de Mannix no comando da equipa), foi um desempenho magnífico que a todos deve orgulhar.

Crédito: Kaptured Concepts
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