Portugal derrotou a seleção dos EUA no Estádio do Algarve por 46-20, em jogo de preparação para o Mundial de França.
Artigo escrito por: Rui Neto Fernandes
O melhor: A exibição da linha de ¾ portuguesa. É um privilégio para todos os adeptos de rugby ver a linha atrasada da seleção nacional jogar. A imprevisibilidade e velocidade que imprimem ao jogo é uma ameaça constante para as equipas adversárias. Considerando que, para além dos titulares, Portugal tem no banco jogadores como Raffaele Storti, Manuel Cardoso Pinto ou Simão Bento, compreende-se o entusiasmo com que tem sido antecipada a prestação destes jogadores no RWC.
The best part: The performance of the Portuguese back three. It’s a privilege for all rugby fans to witness the national team’s back three play. The unpredictability and speed they bring to the game pose a constant threat to opposing teams. Considering that Portugal has players like Raffaele Storti, Manuel Cardoso Pinto, and Simão Bento on the bench in addition to the starters, there’s great excitement about the anticipation of their performance in the RWC.
O menos bom: É uma constante mas temos de destacar novamente os problemas de disciplina. Foram muitas as faltas cometidas pelos Lobos, sobretudo na formação ordenada, que custaram pontos, sendo este um aspeto que claramente é necessário aperfeiçoar antes da estreia contra o País de Gales. Ainda pela negativa, uma nota para as lesões de Thibault de Freitas e Steevy Cerqueira que motivaram substituições ainda na primeira parte e que se esperam que não sejam graves.
The not-so-good part: It’s a recurring issue, but discipline problems need to be highlighted again. There were numerous penalties committed by the Wolves, especially in the set pieces, costing points. This aspect clearly needs refinement before the debut against Wales. On a negative note, injuries to Thibault de Freitas and Steevy Cerqueira in the first half were substitutions that hopefully won’t turn out to be serious.
Melhor em Campo: Nuno Sousa Guedes. Com várias prestações a destacarem-se nos ¾ portugueses – Joris Moura, Rodrigo Marta e Tomás Appleton – o “prémio de MeC” vai para o arrier português. Aos 28 anos e ainda a jogar no “seu” CDUP, Nuno Sousa Guedes é um dos jogadores portugueses que mais atenção tem despertado e cujas exibições têm sido destacadas na imprensa internacional. A maneira como inicia as jogadas de ataque e explora o espaço – destruiu em várias jogadas a defesa americana – fazem com que seja um jogador que dá gosto ver jogar e de quem mais se espera no Mundial.
Player of the match: Nuno Sousa Guedes. Despite notable performances from Portuguese backs like Joris Moura, Rodrigo Marta, and Tomás Appleton, the “Man of the Match” award goes to the Portuguese fullback. At 28 years old and still playing for his club CDUP, Nuno Sousa Guedes is one of the Portuguese players who has gained significant attention, with his displays receiving praise in the international press. His ability to initiate attacking plays and exploit space, often breaking through the American defence, makes him a joy to watch and a player with high expectations for the World Cup.
O último encontro entre as seleções de Portugal e dos EUA foi no Torneio de Repescagem para o Mundial 2023, que se realizou no Dubai em Novembro de 2022, jogo que ficará para sempre na memória dos adeptos portugueses pelo final dramático que permitiu o empate a 16 pontos e a qualificação dos Lobos para França. Na altura, assistiu-se a um jogo muito equilibrado, o que o resultado final permite confirmar. Nove meses depois, é notório o trabalho que tem sido realizado na preparação para o RWC, com a seleção nacional a superiorizar-se claramente aos EUA neste jogo.
In the pre-match analysis, Patrice Lagisquet stated that the XV that faced the USA is currently Portugal’s best and will likely be the one to debut in the 2023 World Cup against Wales, barring any unforeseen circumstances. However, despite the final result, Portugal had a rough start to the game, spending the first 10 minutes mostly in their own 22-meter area. With several penalties committed by the Wolves, it was unsurprising that the USA opened the scoring with a penalty converted by Luke Carty at the 9-minute mark.
Na antevisão da partida, Patrice Lagisquet, afirmou que o 15 que entrou em campo frente aos EUA é, nesta fase, o melhor de Portugal e será, salvo alguma contrariedade, aquele que se vai estrear no Mundial 2023 frente a Gales. No entanto, e apesar do resultado final, Portugal entrou mal no jogo passando os primeiros 10 minutos praticamente na sua área de 22 metros. Com várias faltas cometidas pelos Lobos, foi sem surpresa que os EUA inauguraram o marcador aos 9 minutos numa penalidade convertida por Luke Carty.
In the pre-match analysis, Patrice Lagisquet stated that the XV that faced the USA is currently Portugal’s best and will likely be the one to debut in the 2023 World Cup against Wales, barring any unforeseen circumstances. However, despite the final result, Portugal had a rough start to the game, spending the first 10 minutes mostly in their own 22-meter area. With several penalties committed by the Wolves, it was unsurprising that the USA opened the scoring with a penalty converted by Luke Carty at the 9-minute mark.
Os 3 pontos marcados pelos americanos “acordaram” a seleção portuguesa, que equilibrou o jogo e chegou ao primeiro ensaio aos 16 minutos: na sequência de uma formação ordenada, bola captada por Rafael Simões (entrado para o lugar do lesionado Thibault de Freitas) que combinou com Samuel Marques. O formação português viu a entrada de Joris Moura a explorar o espaço e fez um passe de morte para o ensaio do médio de formação. Destaque para a excelente estreia na seleção nacional do médio de formação, com um ensaio e uma assistência, que demostrou ser uma alternativa válida para a posição 10.
The 3 points from the Americans woke up the Portuguese team, which balanced the game and scored their first try at the 16-minute mark. Following a set piece, Rafael Simões (substituting the injured Thibault de Freitas) combined with Samuel Marques. Portuguese scrum-half Joris Moura exploited space and sent a killer pass to the fly-half for the try. Excellent national team debut for the fly-half, showing that he is a very valid alternative for the position.
Aos 22 minutos, os EUA adiantaram-se novamente no marcador. Dificuldade de captação da bola pela equipa portuguesa, com várias hesitações, com esta a chegar ao flanqueador americano Sam Dola que tentou assistir o número 4 Cam Dolan. Rodrigo Marta intercetou o passe mas com infelicidade viu a bola ser projetada para a área de validação onde o mesmo Cam Dolan aparece a fazer o grounding. Aos 28 minutos, na sequência de uma falta cometida por João Granate que viu o cartão amarelo, Luke Carty converteu uma 2ª penalidade colocando o resultado em 7-13.
At the 22-minute mark, the USA regained the lead. With difficulty securing the ball by the Portuguese team, the ball reached American flanker Sam Dola, who attempted to assist number 4 Cam Dolan. Rodrigo Marta intercepted the pass but unluckily propelled the ball into the in-goal area, where Cam Dolan grounded it. At the 28-minute mark, following a penalty by João Granate who received a yellow card, Luke Carty converted a second penalty, making the score 7-13.
Portugal jogava com 14 mas não acusou a contrariedade. Apenas um minuto depois, Nuno Sousa Guedes partiu completamente a defesa americana com um side-step impressionante e abriu na esquerda ao pé para Rodrigo Marta fazer o 2º ensaio lusitano. Aos 35 minutos foi a vez do capitão Tomás Appleton marcar: conquista num alinhamento, com a bola a ser aberta na esquerda por Samuel Marques. Após um ponto de fixação, o médio de formação português muda o sentido de jogo para a direita apanhando a defesa dos EUA em contrapé o que permitiu a arrancada de Appleton para o ensaio.Uma penalidade convertida por Samuel Marques já para lá dos 40 minutos colocou o resultado ao intervalo em 22-13.
Despite playing with 14 players, Portugal didn’t show any negative effects. Just one minute later, Nuno Sousa Guedes completely dismantled the American defence with an impressive side-step and offloaded to Rodrigo Marta for Portugal’s second try. At the 35-minute mark, captain Tomás Appleton scored: a lineout steal, the ball passed to the left by Samuel Marques. After a point of fixation, the Portuguese scrum-half shifted play to the right, catching the American defence off-guard, allowing Appleton to sprint for the try. A penalty converted by Samuel Marques after the 40-minute mark brought the halftime score to 22-13.
No início da 2ª parte, ensaio de penalidade para os americanos a castigar um knock-on intencional de Samuel Marques que viu o respetivo amarelo. No entanto, os Lobos superiorizaram-se claramente aos EUA nesta metade do jogo, conseguindo um resultado decisivo.
In the early second half, the USA was awarded a penalty try for an intentional knock-on by Samuel Marques, who received a yellow card. However, the Lobos clearly outperformed the USA in this half, securing a decisive result.
Aos 49 minutos um grubber perfeito de Jordis Moura assistiu Vincent Pinto para o 4º ensaio português e aos 64 minutos foi a vez de Rodrigo Marta bisar na partida, num a jogada em que mostrou toda a sua qualidade técnica ao atacar o espaço em velocidade e depois a correr vários metros até à área de validação.
At the 49-minute mark, a perfect grubber kick from Jordis Moura assisted Vincent Pinto for Portugal’s fourth try, and at the 64-minute mark, Rodrigo Marta scored his second try of the game. He showcased his technical prowess by attacking space with speed and running several meters to the try area.
O último ensaio dos Lobos foi marcado aos 77 minutos por Nicolas Martins numa boa jogada de insistência do pack avançado luso. Resultado final de 46-20 num jogo que deixa muito boas indicações para o Mundial de França.
The last Wolves’ try was scored at the 77-minute mark by Nicolas Martins after sustained pressure from the Portuguese pack. The final score (46-20) gives very good indications and hope for the World Cup.