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Alemanha v Portugal
Rugby Europe Trophy 2022/23

Rugby Europe Trophy 2022/23

Portugal saiu vitorioso no jogo contra a Alemanha por 5-20, a contar para a última jornada da Rugby Europe Trophy 2022/23.

Artigo escrito por: Mariana Honório

O melhor: Portugal entrou em campo já vencedor do Trophy 2022/23 e fechou sem derrotas o seu caminho nesta competição, alcançando assim os seus objetivos de sair invicto. Num jogo muito marcado pelas intervenções dos packs avançados, Portugal demonstrou aí a sua qualidade. Além disso, mostrou ainda o poder das suas jogadoras no confronto direto em formações ordenadas

O menos bom: Num jogo em que a Alemanha demonstrou consistência, as Lobas pecaram pelo número de penalidades e faltas punidas por cartões amarelos, estando 30 minutos do jogo a jogar com menos um elemento. Ainda assim, sofreu apenas 5 pontos, evidenciando a superioridade defensiva da equipa das Quinas face à equipa da casa.

 Melhor em campo: Individualmente, houve bastantes jogadoras que, com investidas e boa leitura de espaço, acabaram por se destacar: Matilde Goes, Mariana Santos e Daniela Correia nos ¾ concretizaram movimentações individuais e coletivas muito interessantes. No pack avançado, jogadoras como Sara Moreira e Adelina da Costa estiveram em destaque pela consistência ofensiva e defensiva. Ana Freire merece uma menção especial ao desbloquear o marcador com um ensaio (primeiro de dois) já muito desejado e que permitiu à equipa encontrar a sua cadência novamente. A melhor em campo, contudo, foi Leonor Amaral – com excelentes leituras do jogo, uma velocidade impressionante e excelente posicionamento, a formação foi fulcral na vitória arrancada pela Seleção Nacional.

Portugal viajou até Hurth para defrontar a seleção da Alemanha, naquele que seria o jogo de coroação das Lobas no Trophy. Sem derrotas e com muito poucos pontos sofridos (cinco), a seleção portuguesa carregava o peso do favoritismo à entrada do jogo.

Num jogo com algumas baixas, a destacar a ausência de Mariana Marques (melhor em campo para o Linha De Ensaio no jogo contra a Finlândia), e Inês Spínola, as 23 de João Moura batalharam para manter a velocidade e o domínio do jogo a que nos foram habituando, havendo ainda oportunidade para as estreias de Margarida Cunha e Jéssica Barros com a camisola da seleção.

Num jogo de confronto físico, as Lobas entraram com algumas dificuldades em impor o seu registo tradicional de domínio – algumas falhas de placagem e erros de execução foram dinamizando a equipa adversária, num jogo que não teve grandes destaques até aos 40 minutos. Nem a Alemanha nem Portugal conseguiram capitalizar dos movimentos criados pelos seus packs, nem dos erros criados pelos seus adversários, ainda que Portugal fosse a equipa que mais tempo passou fora do seu próprio meio campo.

Num jogo marcado ao início pela incerteza do resultado, a componente física do jogo evidenciou ainda a superioridade do pack avançado português em situações de formação ordenada e alinhamentos. Num jogo mais confuso e mais combativo, com oportunidades recorrentes de turnovers e contra-ataque para ambas as equipas, Portugal foi para o intervalo, pela primeira vez neste Trophy, empatado a zero.

O descanso do intervalo trouxe de volta alguma da inspiração a que as Lobas nos habituaram esta época, com boas sequências de offloads e passes no contacto que iam lentamente permitindo a progressão no terreno.

O tão desejado ensaio chegou aos 47 minutos, após uma longa estadia de Portugal nos 22  metros adversários. O poder físico da formação ordenada emparelhado com o excelente trabalho do pack português permitiu que Leonor Amaral, numa penalidade cobrada no momento certo e numa sequência de passes, desse início a um ataque que terminou com a oval nas mãos de Ana Freire de Oliveira, que não desperdiçou a oportunidade de abrir o marcador.

Aos 55 minutos, numa de muitas devoluções ao pé pela 10 alemã, inicia-se a melhor sequência de movimentação da linha atrasada portuguesa, iniciada por uma simulação de passe de Daniela Correia que deixou, não só a sua adversária como Portugal inteiro caído a seus pés. Numa sequência de offloads, as Lobas relembraram que são mortíferas quando fazem a bola chegar às pontas com qualidade e Matilde Goes marcou assim o segundo ensaio português, assistida por Mariana Santos.

Crédito: Alexander Kaiser

Já com 10 pontos no marcador, a Seleção orientada por João Moura ganhou novo fôlego e montou novamente acampamento no meio-campo alemão. Numa movimentação já com bastantes fases, o espaço não tardava a surgir e aos 63 minutos de jogo Ana Freire de Oliveira, novamente, numa leitura perfeita de um ruck tardiamente compensado quebrou novamente a linha e reclamou mais 5 pontos de sua autoria.

Num jogo bastante marcado por faltas e penalidades, é na sequência de uma penalidade transformada em alinhamento que surge o último ensaio das portuguesas – desta feita de uma belíssima jogada ensaiada pelo pack avançado que Sara Moreira fecha o marcador para as portuguesas, já no minuto 81.

Num jogo que estava já resolvido, Portugal infelizmente não conseguiu manter o registo do jogo anterior, em que não sofreu qualquer ponto, sofrendo um ensaio na bola de jogo aos 86 minutos, através de uma quebra de linha das ¾ alemães que, com velocidade transportaram a bola de uma ponta à outra do campo e marcaram assim os seus 5 pontos de honra.

Fica assim encerrado o capítulo português no Rugby Europe Trophy 2022/23, com uma sequência muito meritória de vitórias (181 pontos marcados e apenas 10 sofridos), e aberto o preâmbulo para o Championship do próximo ano onde Portugal quer marcar pela mesma diferença e velocidade de jogo de que tanto nos orgulhou este ano.

Crédito: Alexander Kaiser

 

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